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Nostalgia da modernidade

Lobão
Discos: Rock

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello EMI
Estilo Rock
Año de Edición Original 1995

Más

Lobão (voz, guitarras, dirección)

Dirceu Leite (clarinete), Phillip Doyle (trompa), Billy Brandão (guitarra eléctrica, coros), Eduardo Souto Neto (piano, arreglos de cuerdas), Humberto Barros (piano, teclados, órgano, coros), Carlinhos 7 Cordas (Carlinhos dos Santos) (guitarra acústica, guitarra de 7 cuerdas, cavaquinho, arreglos), Fábio Malafaia (cavaquinho), Bruno Migliari (contrabajo, coros), Pantico Rocha (batería, percusión, coros), Ivo Meireles (percusión, coros), Bira Show, Tuca y Alcir Explosão (percusión), Alex de Souza (programaciones, loops, sampler), Breno Ferreira, Eduardo Mendes, Jeferson Meireles, Regina Lopes y Lúcia Oliveira (coros) y orquesta de cuerdas.

Participación especial de: Meninos da Mangueira (percusión).

"João Luiz Woerdenbag Filho, vulgo Lobão, já sabia que o inferno era fogo quando, em outubro de 1995, lançou o álbum Nostalgia da modernidade, décimo título de discografia solo iniciada 13 anos antes com o LP Cena de cinema (1982).
Produzido por Mayrton Bahia para a Virgin Records, gravadora inglesa que se instalava no Brasil naquele ano de 1995, Nostalgia da modernidade flagrou o cantor, compositor e músico carioca em momento de retomada da carreira fonográfica e da própria vida louca vida que partilhara com amigos exagerados como Cazuza (1958 – 1990) e Júlio Barroso (1953 – 1984) ao longo dos anos 1980.
Rebelde pela própria natureza roqueira, Lobão experimentava na década de 1990 levar a vida sem o uso de drogas e, em 1995, estava há quatro anos sem lançar álbum quando apresentou Nostalgia da modernidade, disco em que incursionou pelo samba, e por outras levadas atípicas no universo das guitarras, sem deixar de ser do rock.
A elegante incursão pelo samba nem impressionou quem sabia que, há sete anos, Lobão gravara o álbum Cuidado! (1988) com a adesão de ritmistas da escola de samba Mangueira, na qual o artista desfilara no Carnaval como integrante da bateria, tocando tamborim.
Chamou mais atenção, positivamente, a coesão do repertório e da produção musical de Nostalgia da modernidade, álbum que simbolizou ponto de maturação na trajetória desse artista que debutara profissionalmente na música em 1975 como integrante da banda Vímana – pela qual também passaram futuros popstars como Lulu Santos e Ritchie – e, em 1981, foi cofundador e baterista da banda Blitz, da qual saiu em 1982, trocando o sucesso fenomenal do grupo que abriu portas para o rock brasileiro pela oportunidade de gravar o primeiro disco solo.
Música vertiginosa que se tornou o único sucesso radiofônico do álbum Nostalgia da modernidade, A queda (Lobão) já sinalizou na abertura do disco a alta qualidade do inédito repertório autoral composto por 14 músicas e assinado inteiramente por Lobão, com letras escritas com eventuais adesões do sambista funkeiro Ivo Meirelles e de Regina Lopes (mulher do artista).
“Pra começar quero dizer / Que ainda sou o mesmo”, avisou Lobão nos versos iniciais de O jogo não valeu (Lobão, Ivo Meirelles e Regina Lopes), rock meio blues que soou com a cara do Barão Vermelho. Outro rock, Mal de amor (Lobão), também evidenciou a irmandade de Lobão e Cazuza – com direito a solo cortante da guitarra de Billy Brandão.
Sim, Lobão ainda era o mesmo – embora a letra de O jogo não valeu versasse sobre questão amorosa – e reiterou no disco o dom para compor baladas apaixonadas como A flor do vazio (Lobão, Ivo Meirelles e Regina Lopes), canção de lirismo acentuado pelas cordas orquestradas pelo maestro Eduardo Souto Neto, cujo toque do piano também foi ouvido na faixa.
Na sequência, Samsara blues (Lobão) entregou o que prometeu o título da composição introduzida no disco pelo toque do contrabaixo acústico de Bruno Migliari em arranjo que, à medida em que a faixa avança, fez sobressair o piano de Humberto Barros. “Fé cega é remorso na contramão”, cravou Lobão, com afiadas garras poéticas.
Na disposição do álbum, Luz da madrugada (Lobão) foi o primeiro samba à moda tradicional carioca e iluminou a reverência do roqueiro errante às melodias e imagens poéticas dos bambas dos morros do Rio de Janeiro (RJ), cidade onde o artista de então 38 anos tinha vindo ao mundo em outubro de 1957.
Em seguida, Coração aberto (Lobão, Ivo Meirelles e Regina Lopes) bateu agitado ao embolar a mistura rítmica do álbum Nostalgia da modernidade com a conexão da eletricidade do rock com o frenesi rítmico da música dos cantadores e repentistas nordestinos. Foi quando as guitarras soaram como rabecas.
Uma das grandes canções do disco, Dilema (Lobão, Ivo Meirelles e Regina Lopes) – prova irrefutável de que a obra de Lobão estava em nítido progresso nos anos 1990 – ganhou a moldura de cordas que traduziram em sons a angústia entranhada na letra. As mesmas cordas foram orquestradas no tempo de delicadeza da balada A hora da estrela (Lobão, Ivo Meirelles e Regina Lopes).
Já O diabo é Deus de folga (Lobão) jogou o álbum Nostalgia da modernidade na pista com batida disco-dance-pop que remeteu às incursões feitas pelo contemporâneo Lulu Santos pela cena da música eletrônica no recente álbum Assim caminha a humanidade (1994) – universo no qual Lobão entraria com mais personalidade no disco seguinte, Noite (1998).
Com a mesma agitação, mas em outra pista, Eu não embarco nessa onda (Lobão e Ivo Meirelles) devolveu ao disco a eletricidade do rock. Sim, porque Nostalgia da modernidade se mostrou, em essência, um disco de roqueiro, mesmo que esse roqueiro tenha parecido adormecido quando o artista arriscou compor acalanto desassossegado como Sem sono (Lobão).
Tirada de onda com os metaleiros estereotipados e com os garotos cariocas suingue sangue bom, o samba-funk De de de de déu (Lobão, Ivo Meirelles e Billy Brandão) expôs toda a acidez do roqueiro com a adesão de ritmistas da Mangueira. Veneno da lata!
O álbum foi encerrado com o samba que lhe deu título. Mesmo impregnado de beleza, o samba Nostalgia da modernidade (Lobão, Ivo Meireles e Regina Lopes) soou como hábil clone da poesia e das melodias nobres dos bambas de tempos idos.
É que, a rigor, Nostalgia da modernidade – tanto o disco como a composição-título – deixou a sensação de que, dentro do peito do sambista, morava o mesmo elétrico roqueiro dos anos 1980, só que então se aventurando com talento por outros ritmos e universo musicais nesse iluminado álbum de 1995, feito dez anos antes do retorno às pesadas canções compostas dentro da noite escura. É que Lobão sempre soube que a vida até pode ser doce, mas o inferno é fogo..." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 26.05.2020)

Temas

CD 1
01
A queda
Lobão
04:16
02
O jogo não valeu
Lobão - Ivo Meirelles - Regina Lopes
04:12
03
A flor do vazio
Lobão - Ivo Meirelles - Regina Lopes
03:12
04
Samsara blues
Lobão
03:57
05
Mal de amor
Lobão
04:10
06
Luz da madrugada
Lobão
02:47
07
Coração aberto
Lobão - Ivo Meirelles - Billy Brandão
04:15
08
Dilema
Lobão - Ivo Meirelles - Regina Lopes
02:53
09
O diabo é Deus de folga
Lobão
04:21
10
Eu não embarco nessa onda
Lobão - Ivo Meirelles
03:22
11
A hora da estrela
Lobão - Ivo Meirelles - Regina Lopes
03:19
12
Sem sono
Lobão
03:26
13
Dé dé dé dé déu
Lobão - Ivo Meirelles - Billy Brandão
03:32
14
Nostalgia da modernidae
Lobão - Ivo Meirelles - Regina Lopes
04:01