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Roberto Carlos (Amigo,...)

Roberto Carlos
Discos: Pop / Romántica

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sony / Columbia
Estilo Pop / Romántica
Año de Edición Original 1977

Más

Roberto Carlos (voz)

"Roberto Carlos é do tipo que emplaca pelo menos uma música por álbum. No caso de seu disco “Roberto Carlos” de 1977, não foram uma nem duas, mas pelo menos quatro canções de sucesso: “Amigo”, “Falando sério”, “Cavalgada” e “Outra vez”.
Das 12 composições do disco, cinco são de autoria de Roberto e Erasmo Carlos. As outras sete são criações de artistas como Caetano Veloso, Maurício Duboc, Carlos Colla e Isolda Bourdot, que à época já tinham canções lançadas na voz do artista.
Diferentemente dos trabalhos anteriores, “Roberto Carlos 1977” foi inteiramente produzido nos Estados Unidos e arranjado pelos maestros norte-americanos Jimmy Wisner, Al Capps e Ben Lanzarone, sem o brasileiro Chiquinho de Moraes.
“Amigo” é a canção que abre o disco, algo inédito em pelo menos dois sentidos. Primeiro, porque não é nem um rock nem uma música romântica iniciando um trabalho. Trata-se de uma composição temática que fala de amizade, mais especificamente da relação entre Roberto e Erasmo Carlos.
Além disso, “Amigo” é uma das poucas parcerias entre Roberto e Erasmo em que um fez inteiramente a letra (Roberto) e o outro fez solitariamente a melodia (Erasmo). Quando decidiu homenagear o companheiro, Roberto precisou manter a letra em segredo.
Junto de “Detalhes”, “Outra vez” é possivelmente a música mais conhecida de Roberto Carlos, amplamente requisitada nos shows, mesmo não sendo uma composição sua, mas de Isolda Bourdot. Os versos iniciais “você foi o maior dos meus casos” são emblemáticos do cancioneiro de Roberto, do mesmo modo como “Emoções”( “quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo”) ou “Como é grande o meu amor por você” (“eu tenho tanto pra lhe falar”).
“Outra vez” é a primeira composição que Isolda fez sozinha para o artista, e não em parceria com seu irmão Milton Carlos, que morreu em um acidente de carro em 1976.
“Falando sério”, “Cavalgada” e “Nosso amor” são as canções românticas mais belas do trabalho. As duas primeiras possuem arranjos lindíssimos, mas arrebatadoras mesmo são as letras. A primeira é uma composição de Maurício Duboc e Carlos Colla, veteranos colaboradores de Roberto, e possui um dos versos mais famosos do artista: “É bem melhor você parar com essas coisas/ de olhar pra mim com olhos de promessas/ depois sorrir como quem nada quer […]”
“Cavalgada”, por sua vez, composição de Roberto e Erasmo, segue a linha de “Seu corpo” (do álbum “Roberto Carlos 1975”) ao sutilmente tematizar na letra uma relação sexual. O refrão dessa canção é, na minha opinião, um dos mais fortes e carregados entre as composições de Roberto e Erasmo Carlos. Na gravação, os oito primeiros compassos do refrão soam primeiramente sem nenhuma letra. Apenas após a atmosfera ser criada é que Roberto solta a voz.
“Nosso amor” é, entre as três faixas acima mencionadas, a que possui meu arranjo preferido. A composição é do estreante Mauro Motta e de Eduardo Ribeiro, pseudônimo de Evandro Ribeiro, diretor geral da CBS e produtor dos discos de Roberto Carlos entre 1963 e 1983, que preferiu assinar com outro nome. Décadas depois, em 2010, o grupo de rap paulistano A286 sampleou* “Nosso amor” em sua faixa “Sem País das Maravilhas”, do álbum “Exército Dos Excluídos”, de 2010.
“Solamente una vez” e “Ternura” são duas versões que Roberto faz de músicas estrangeiras. Na primeira, composição do mexicano Agustín Lara, o artista canta em espanhol. “Ternura”, por sua vez, acabou sendo traduzida e virou uma versão de “Somehow It Got To Be Tomorrow Today”, originalmente gravada por Pat Woodell em 1965. Esta canção já havia sido lançada por Wanderléa em 1968, quando foi trilha sonora do filme Juventude e Ternura.
Roberto Carlos gravou mais uma composição de Caetano Veloso em seu disco de 1977, a segunda das três que o artista tocaria. Trata-se de “Muito Romântico”, música que possui um dos arranjos de metais mais grandiosos da carreira de Roberto, além de uma das linhas de baixo mais criativas de Paulo Cesar Barros, do Renato e seus Blue Caps, que desde os anos 1960 ocupava o posto de baixista nos discos de Roberto.
“Não se esqueça de mim”, “Sinto muito minha” e “Pra ser só minha mulher” são três outras canções românticas de “Roberto Carlos 1977”. As duas primeiras são composições de Roberto e Erasmo Carlos, enquanto a terceira é de Ronnie Von e Tony Osanah.
Dessas, “Não se esqueça de mim”, com um belo arranjo de cordas de Jimmy Wisner, foi a que mais tocou. As letras das duas outras faixas tratam de problemas de relacionamento e o destaque fica com a marcada presença do contra baixo de Paulo Cesar Barros, que a bem verdade brilha ao longo de todo o álbum.
Finalmente, “Jovens tardes de domingo” aborda o período do programa Jovem Guarda. A faixa, que se inicia com uma introdução ao estilo “Festa de arromba”, música de Erasmo Carlos lançada em 1965, logo se transforma numa nostálgica descrição daquele período do ponto de vista de seus dois maiores personagens: Roberto e Erasmo Carlos, adultos já há muito tempo.
“Roberto Carlos 1977” acumula hoje a marca de duas milhões de cópias vendidas, o tornando um dos discos de maior sucesso do artista." Pedro Henrique Frasson Barbosa (Mestre em Antropologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), 18.04.2021)

Temas

CD 1
01
Amigo
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
02
Nosso amor
Mauro Motta - Eduardo Ribeiro
03
Falando sério
Maurício Duboc - Carlos Colla
04
Muito romântico
Caetano Veloso
05
Solamente una vez
Agustín Lara
06
Ternura (Somehow It got to be tomorrow) (Today)
E. Levitt - K. Karen - Rossini Pinto
07
Cavalgada
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
08
Não se esqueça de mim
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
09
Jovens tardes de domingo
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
10
Pra ser só minha mulher
Ronnie Von - Tony Osanah
11
Outra vez
Isolda
12
Sinto muito, minha amiga
Roberto Carlos - Erasmo Carlos