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Retirantes de sanfona e violadas

Quinteto Violado
Discos: MPB / Folclore

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Atração Fonográfica
Estilo MPB / Folclore
Año de Edición Original 2002
Instrumental

Más

Quinteto Violado: Ciano (Luciano Alves) (flauta), Dudu (Eduardo de Carvalho Alves) (teclados, arreglos), Marcelo de Vasconcelos Cavalcante Melo (viola caipira, guitarra acústica, voz), Toinho Alves (Antônio Alves) (contrabaijo, voz), Roberto (Roberto Menescal Alves Medeiros) (percusión, voz).

Participación especial de: Elba Ramalho, Chico César, Paulinho Moska, Silvério Pessoa, Cláudio Lins, Patrícia França, Gisele Tigre, Flávio José, Alcymar Monteiro, Maciel Melo, Santana, Xangai, Kleiton & Kledir, Banda de Pau e Corda.

"Já está disponível no mercado o novo CD do Quinteto Violado, Retirantes de Sanfona e Violadas, em que o grupo homenageia o mestre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, escolhido personagem do século 20 em Pernambuco e que estaria completando 90 anos na sexta-feira. O disco marca a data, mas sobretudo prega a preservação da memória artística do músico que influenciou artistas de diferentes tendências e regiões do País. O Quinteto teve a obra de Gonzaga como base da própria história e conviveu com o artista de 1972 a 1989 - ano da sua morte -, por isso preferiu fazer um disco a partir de músicas que pudessem contar um pouco desse convívio, servindo de moldura para os "causos" ligados a cada uma delas. E, para criar um compromisso do artista brasileiro em manter viva a musicalidade do velho Lua, convidaram 22 artistas que cantam a última faixa do CD, São João de Seu Luiz, do violado Toinho Alves. Elba Ramalho, Paulinho Moska, Cleiton & Cledir, Chico César, Cláudio Lins, Xangai, Silvério Pessoa, Banda de Pau e Corda e os forrozeiros Alcymar Monteiro, Maciel Melo, Santana e Flávio José são alguns dos participantes da faixa, que será apresentada no espetáculo por intermédio de um clipe. "Primeiro pensamos em todos cantando em coro, depois optamos por cada um interpretar um trecho, revelando os diferentes sotaques e tendências, mostrando que Gonzaga ultrapassou as barreiras do forró e do Nordeste", observou Toinho Alves. Gonzaga participou de dois discos do Quinteto e juntos eles fizeram alguns shows e várias Missa do Vaqueiro, evento musical-religioso que se realiza até hoje, em Serrita, no sertão pernambucano, em julho, em homenagem a Raimundo Jacó, primo de Gonzaga e vaqueiro querido e respeitado na região, morto numa emboscada. "Gonzaga tinha grande carisma e o nosso relacionamento sempre foi despojado, afetivo, baseado nas afinidades culturais", afirmou Marcelo Melo, outro integrante-fundador do grupo, lembrando que nas primeiras vezes que tocaram na Missa do Vaqueiro, viajavam em seu próprio carro, por estradas de barro nem sempre transitáveis e sem cachê. "O que nos motivava era a identidade com Gonzaga, era a vontade de estar junto num projeto em que acreditamos." O Quinteto violado tornou-se conhecido ao gravar Asa Branca (Gonzaga e Humberto Teixeira) em 1972 e no novo disco, que tem 14 músicas, repete o mesmo arranjo dessa gravação de 30 anos atrás, atendendo aos pedidos dos fãs. Embora o repertório não seja convencional, além de Asa Branca composições conhecidas estão no disco, a exemplo de Que nem Jiló (Gonzaga e Humberto Teixeira) e A Volta da Asa Branca (Gonzaga e Zé Dantas). Vigor e alegria são características do CD, que foi gravado em uma semana e se inicia com a reprodução de uma fala mais que elogiosa de Gonzaga aos rapazes do Quinteto, durante uma entrevista à "TV Cultura", de São Paulo, quando ele diz o que o grupo representava no cenário da música brasileira. "Representa tudo: a sustança, o tutano do corredor do boi, a vitamina, a proteína, padre Cícero, frei Damião, Ascenso Ferreira, Lampião, Cego Aderaldo (tocador de viola cearense), Nélson Ferreira, Zé Dantas, tudo isso é o Quinteto Violado." A primeira música, "Boiadeiro", traz um aboio na voz de Luiz Gonzaga. A composição abre o repertório, da mesma forma que sempre iniciava os shows do homenageado. Asa Branca vem na seqüência e depois No Ceará não "Tem Disso não" (Guio de Moraes), com arranjo latino, misturando salsa e baião. A seguinte, Respeita Januário (Gonzaga e Humberto Teixeira), foi escolhida para servir de pano de fundo para uma das histórias que Gonzaga contava sempre com muita graça e que serviu de inspiração à música. Na primeira vez que voltou a Exu, onde nasceu, no sertão pernambucano, anos depois de ter saído da casa dos pais para ganhar a vida, aos 17 anos, Gonzaga chegou de madrugada e bateu à porta. Estava escuro e o pai não o reconheceu, perguntando "quem é?", ao que Lua respondeu: "É Lula, seu Januário, seu filho." A réplica veio rápida: "Isso é hora de chegar em casa, corno?" O ABC do Sertão, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, originalmente um baião, tocada em ritmo de ciranda, fala por si mesma, ensinando sobre a área seca nordestina. Carolina com K (Luiz Gonzaga) revela o lado conquistador de Luiz Gonzaga e, segundo o Quinteto, essa Carolina era uma morena bonita que permeava as fantasias do compositor. ´Jesus Sertanejo´ - Morte do Vaqueiro (Gonzaga e Nélson Barbalho) faz parte da Missa do Vaqueiro, instituída em 1970 por Gonzaga e padre João Câncio, da qual o Quinteto participa desde 1976. É um momento mais solene, que lembra a importância do vaqueiro, também retratada na música que vem a seguir, "Jesus Sertanejo" (Janduhy Finizola), que transfere a imagem de Jerusalém para o sertão, com um Jesus vaqueiro. O vaqueiro é o grande referencial e símbolo da unidade social da região. Para onde "Tu Vais Luiz?" (Luiz Gonzaga) serve de cenário para duas histórias que o compositor dividiu com o Quinteto nas suas andanças e encontros. A primeira é sobre a chegada de um juiz no interior que, querendo mostrar sua autoridade (antes concentrada no padre e no soldado de polícia), tenta proibir um matuto de vender faca na feira de mangaio, por se tratar de arma branca. "Tem que quebrar a ponta." O matuto indaga quantas o juiz quer e a resposta é "nenhuma". "Se o senhor que está encomendando não quer, imagine o povo", rebate ele. Na segunda história, Gonzaga é indagado, numa emissora de rádio de uma cidadezinha do interior, sobre a maior expressão da música nordestina. Sem pensar muito no assunto, ele diz ser a banda de pífanos. Ao sair da rádio, por coincidência, vem pela rua uma banda de pífanos tocando. "Só sendo corno para tocar isso", comenta ele então. Gonzaga era um menino medroso, que começou a tocar sanfona escondido da mãe, Santana, seguindo os passos do pai, Januário José dos Santos. Diferentemente dos oito irmãos, seu nome é o único que não tem o sobrenome dos pais. No seu batismo, Januário disse ao padre que ele se chamaria Luiz. O padre sugeriu então acrescentar o Gonzaga, por conta de São Luiz Gonzaga. Como era mês de dezembro, nascimento de Jesus Cristo, o padre completou a tarefa e ele recebeu o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento. O lado romântico de Gonzaga está na faixa "Qui nem Jiló", primeira música romântico que ele fez - com sucesso. "Forró de Mané Vito", que a sucede, lembra ao Quinteto um episódio em que o grupo toca a música só instrumental num ritmo muito rápido. Lua assistia a um espetáculo em que ela era executada e não se conformava com a ausência da letra. Subiu ao palco para cantá-la, mas não conseguiu acompanhar. Por isso, o Quinteto colocou a música, cantada. A embolada tem no arranjo a presença forte da percussão - lembrando o movimento mangue de Chico Science, que era excelente embolador - e o berimbau - numa homenagem à Bahia. O Quinteto também não poderia deixar de incluir "Sá Marica Parteira" (Gonzaga e Zé Dantas) porque é uma das músicas que adorava ouvir cantada por Luiz Gonzaga, tendo como acompanhamento apenas "o resfolego" da sua sanfona. Com seu jeito autêntico, sua musicalidade e linguagem que expressavam da forma mais genuína o próprio Nordeste, Gonzaga cantava a letra meio que contando o parto de Sá Juvina, mulher do capitão "Barbino". Quando começam as dores do parto, o capitão chama o vaqueiro Tonho e o manda ir atrás da parteira. "Vou cuspir no chão e quando ele secar, quero você de volta", ameaça ele. Tonho sai apavorado, em disparada, em cima de um cavalo. A música contém os elementos que caracterizavam um parto da época, na zona rural, como a presença de rezadeiras pedindo um bom parto e o costume de botar cebola e fumo no nariz da parturiente para provocar espirros e ajudar as contrações. Como seria impossível reproduzir o "chamego" da sanfona de Gonzaga, e como o Quinteto já nasceu livre e sem barreiras para fazer uma leitura moderna dos folguedos e da riqueza cultural produzida no Nordeste, Sá Marica tem acompanhamento inspirado nas trilhas de seriados como "Fantasma" e "Durango Kid". "A Volta da Asa Branca" (Gonzaga e Zé Dantas) está presente como proposta da sua permanência, e o "tratado" musical São João com Seu Luiz, fecha o CD. O disco foi lançado no Recife na semana passada com duas apresentações no Teatro Santo Isabel (século 18), reaberto ao público depois de sete anos em reforma (...) O Quinteto tem uma trajetória de 30 anos e 42 discos. Da sua formação original, mantiveram-se Toinho Alves e Marcelo Melo. Ciano está há 22 anos e Roberto Mescal há 17. Dudu Alves integra o grupo há 12 anos." Agencia Estado (Estadão, 10.12.2002)

Temas

CD 1
01
Boiadeiro
Armando Cavalcanti - Klécius Caldas
01:46
02
Asa branca
Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira
05:39
03
No Ceará não tem disso
Guio de Morais
03:49
04
Respeita Januário
Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira
04:08
05
ABC do Sertão
Luiz Gonzaga - Zé Dantas
03:24
06
Karolina com K
Luiz Gonzaga
07:23
07
A morte do vaqueiro
Luiz Gonzaga - Nelson Barbalho
02:28
08
Jesus sertanejo
Janduhy Finizola
04:54
09
P'ronde tu vai Luiz?
Luiz Gonzaga - Zé Dantas
05:16
10
Qui nem jiló
Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira
02:59
11
Forró de Mané Vito
Luiz Gonzaga - Zé Dantas
03:00
12
Sá Marica parteira
Zé Dantas
07:17
13
A volta da Asa branca
Luiz Gonzaga - Zé Dantas
02:13
14
São João de Seu Luiz
Toninho Alves
02:36