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Canta Inezita

Varios Intérpretes (MPB)
Discos: MPB

Disponible

14,95 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Kuarup
Estilo MPB
Año de Edición Original 2019

Más

Interpretaciones de: As Galvão; Claudio Lacerda; Consuelo de Paula; Maria Alcina.

Lucila Ferrini (flauta), Ana Rodrigues (piano, acordeón), Mário Campanha (guitarra acústica), Paulo Serau (cavaquinho, viola caipira, arreglos, dirección), Davi Martin (contrabajo), Alexandre Cortina (batería) y Luciana Rosa (cello).

Grabado "ao vivo" en el Teatro do Sesc Santo André, en la ciudad de São Paulo, los dis 17 y 18 de agosto de 2018.

Edición en formato Digipack, que incluye libreto de 28 páginas.

"Quando cantam o refrão de Lampião de gás (Zica Bergami, 1958), As Galvão, Maria Alcina, Consuelo de Paula e Claudio Lacerda parecem estar exprimindo a nostalgia não do lampião de gás, símbolo romântico de uma infância feliz na letra da música, mas de Inezita Barroso (1925 – 2015).
Inezita foi a intérprete que mais bem acendeu Lampião de gás, música que fecha o disco ao vivo gravado pelos artistas em tributo a essa cantora paulista de obra e memória identificadas com os sons de um já diluído Brasil regional, orgulhosamente caipira e interiorano.
Lançado quando a morte de Inezita Barroso completa quatro anos, o disco Canta Inezita perpetua 15 dos 19 números do show apresentado e gravado em agosto de 2018, na cidade de São Paulo (SP), com produção de Thiago Marques Luiz.
O tributo resulta bonito, harmonioso na combinação das várias veredas do sertão plural que gerou a obra regionalista da cantora paulista. Diretor musical e arranjador do show, Paulo Serau entendeu que Inezita extrapola a moda de viola.
A rigor, a cantora sempre foi muito além das porteiras abertas pelas duplas caipiras, embora também tivesse dado voz ao cancioneiro sertanejo em tempos em que o gênero ainda não havia se amalgamado com o pop urbano.
No recorte vivaz desse regionalismo multifacetado que pautou a obra da artista, o sertanejo está bem representado pelos fios com que Consuelo de Paula e Claudio Lacerda (na segunda voz) tecem a amarga teia afetiva que costura a guarânia Colcha de retalhos (Raul Torres, 1959) e pelo amor à terra que sacode Poeira (Serafim Colombo Gomes e Luís Bonan, 1967) – no solo afinado do mesmo Claudio Lacerda – e que também exala forte em Cheiro de relva (Dino Franco e José Fortuna, 1983) nas vozes cheias de sentimento e história d'As Galvão em gravação que o violonista Mario Campanha cita o sertão refinado de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959).
Contudo, o sertão de Inezita Barroso sempre foi amplo, embutindo um Brasil rural que já gemia no toque da viola antes mesmo de a música sertaneja ser criada e rotulada pelo mercado. Esse Brasil pulsa em Viola quebrada (Mário de Andrade e Ary Kerner Veiga de Castro, 1928), solo de Consuelo de Paula, intérprete a quem também foi confiado o samba--canção Ronda (Paulo Vanzolini), composto em 1951 e lançado por Inezita em gravação de 1953.
No registro do disco Canta Inezita, Ronda gira com arranjo que remete aos sons dos conjuntos regionais que deram o tom da música brasileira até os ventos de modernidade que sopraram ao longo da década de 1950, culminando com a revolução da Bossa Nova em 1958.
Sem se prender a movimentos, Inezita Barroso foi também uma cantora do folclore de várias regiões do Brasil. A região de Mato Grosso é evocada na saudade cortante que afia Cuitelinho, outro solo de Claudio Lacerda.
Com a habitual expansividade, Maria Alcina também expõe bem essa vertente do canto múltiplo de Inezita quando dá voz ao tradicional tema gaúcho Prenda minha, mas sai do universo de Inezita e atua como Alcina quando acentua a malícia sensual de Balaio (Barbosa Lessa e Paixão Cortes, 1956).
Nesse números de caráter mais folclórico, o acordeom de Ana Rodrigues sobressai nos arranjos elegantes de Paulo Serau. Enfim, Inezita Barroso foi artista de expressividade tão grande que o disco consegue somente dar uma amostra da extensa obra deixada pela artista.
De todo modo, a amostra do álbum ao vivo Canta Inezita – editado em CD com encarte farto que reproduz as letras das músicas – honra o legado dessa cantora que viveu e morreu fiel ao Brasil no qual acreditava."

Temas

CD 1
1
Engenho novo
Heckel Tavares
Consuelo de Paula
2
Viola quebrada
Mário de Andrade
Consuelo de Paula
3
Ronda
Paulo Vanzolini
Consuelo de Paula
4
Colcha de retalhos
Raul Torres
Consuelo de Paula & Claudio Lacerda
5
Cuitelinho
Antonio Xandó - Paulo Vanzolini
Claudio Lacerda
6
Poeira
Luiz Bonan - Serafim Gomes
Claudio Lacerda
7
O menino da porteira
Teddy Vieira - Luizinho
Claudio Lacerda
8
Prenda minha
Tradicional
Maria Alcina
9
Balaio
João Carlos D'Ávila Paixão Cortês - Luiz Carlos Barbosa Lessa
10
Marvada pinga
Ochelcis Laureano
Maria Alcina
11
De papo pro ar
Olegário Mariano - Joubert de Carvalho
As Galvão & Maria Alcina
12
Cheiro de relva
Dino Franco - José Fortuna
As Galvão
13
O que tem a rosa
Serrinha
As Galvão
14
Beijinho doce
Nhô Pal
As Galvão
15
Lampião de gás
Zica Bergami
As Galvão, Claudio Lacerda, Consuelo de Paula & Maria Alcina