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O samba de Martinho da Vila

Graça Braga
Discos: Samba

Disponible

14,95 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Discobertas
Estilo Samba
Año de Edición Original 2020
Concierto

Más

Graça Braga (voz)

Gugu (saxo, flauta, armónica), Joan Barros (guitarra acústica, arreglos), Rodrigo Carneiro (guitarra de 7 cuerdas), Marcelo Martins (cavaquinho), Emerson Marciano (bajo), Renato Melo (batería), Fernando Jarrão (percusión), Kelly Silva, Jessica Américo y Edinho Silva (coros).

Grabado "ao vivo" en el Teatro Itália, en la ciudad de São Paulo, el 11 de junio de 2019.

"Criada por Elifas Andreato, a arte da capa do álbum em que Graça Braga canta o samba de Martinho da Vila evoca a ancestralidade que pulsa nas 17 faixas do disco gravado ao vivo em show apresentado pela cantora paulista em 11 de junho de 2019 no Teatro Itália, na cidade de São Paulo (SP).
A imagem de duas mãos que, envolvidas por colar de pérolas, percutem caixa de fósforos é tradutora do sangue negro que corre com suingue e fé nas veias do Brasil. Compositor fluminense de atuais 82 anos, Martinho José Ferreira é – ele próprio – porta-voz dessa negritude entranhada em obra fundamental, construída deste meados dos anos 1960.
Dama do samba de São Paulo que embute na voz encorpada a mesma ancestralidade, Maria da Graça Braga segura tudo o que canta dessa obra no álbum O samba de Martinho da Vila, idealizado e produzido por Thiago Marques Luiz. A expressividade da interpretação de Graça no acalanto Tom maior (1968) é um dos muitos exemplos da afinidade entre cantora e compositor no disco recém-editado em CD pelo selo Discobertas.
Embora (bem) arranjado por violonista, Joan Barros, o disco é sustentado pelo baticum produzido pelos percussionistas Bruno de Souza e Fernando Jarrão, com o reforço da marcação da bateria de Renato Melo. Não por acaso, um batuque introduz Semba dos ancestrais (Martinho da Vila e Rosinha de Valença, 1985), música que abre o disco.
“No meu samba tem pandeiro”, frisa Graça em verso de Plim plim (1970), boa surpresa do repertório selecionado sem obviedade pela cantora com o produtor Thiago Marques Luiz.
A intérprete sabe valorizar a nobreza de sambas como Fim de reinado (1969) e No embalo da Vila (1979). Com o canto sempre caloroso, Graça Braga também faz emergir Maré mansa (1974), rara parceria de Martinho com Paulinho da Viola lançada na voz de Eliana Pittman e revivida por Simone em Café com leite (1996), álbum dedicado ao cancioneiro de Martinho.
E por falar em Simone, foi na voz da Cigarra que o Brasil conheceu Danadinho danado (Martinho da Vila e Zé Katimba, 1995), cuja cadência sensual é seguida por Graça Braga neste disco em que Grande amor (1968) é ambientado em clima de gafieira.
A seleção de repertório – sagaz, cabe enfatizar – contribui decisivamente para o êxito do disco. Em vez de dar voz a um greatest hits de Martinho da Vila, opção que poderia ter banalizado o show captado ao vivo, a cantora encandeia títulos menos ouvidos da obra grandiosa (em qualidade e quantidade) do compositor, mas nem por isso menos interessantes.
São os casos do Samba da cabrocha bamba (1970), de Nego vem sambar (1970) e de É hora de pintar (1983), número envolvido em trama de violões no arranjo com clima de câmara que abre espaço para o toque da gaita do músico creditado como Gugu na ficha técnica do encarte da edição em CD do álbum.
Sem ignorar hits inevitáveis como Disritmia (1974), samba em se nota a adesão espontânea do público que assistiu à gravação do disco, esse repertório hasteia a consciência social do engajado Martinho em músicas como Bandeira da fé (Martinho da Vila e Zé Katimba, 1983), Cidadã brasileira (1990) – samba propagado na voz da politizada Leci Brandão – e o samba-enredo Onde o Brasil aprendeu a liberdade (1971), revivido com arranjo que remete aos gêneros musicais citados na letra.
No melhor disco da carreira, Graça Braga encarna a própria cidadã e mulher brasileira que, valente, honra o irresistível laiaraiá de Martinho da Vila.
Balança, povo, que o samba de Martinho da Vila desfila majestoso, com toda a negritude ancestral, na voz grave da dama bamba dos pagodes paulistas." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 29.09.2020)

Temas

CD 1
01
Semba dos ancestrais
Martinho da Vila - Rosinha de Valença
02
No embalo da Vila
Martinho da Vila
03
Fim de reinado
Martinho da Vila
04
Bandeira da fé
Martinho da Vila - Zé Catimba
05
Sonho de um sonho
Martinho da Vila - Rodolpho - Graúna
06
Tom maior
Martinho da Vila
07
Plim plim
Martinho da Vila
08
Maré mansa
Martinho da Vila - Paulinho da Viola
09
Grande amor
Martinho da Vila
10
Danadinho danado
Martinho da Vila - Zé Catimba
11
Samba da cabrocha bamba
Martinho da Vila
12
Nego vem sambar
Martinho da Vila
13
É hora de pintar
Martinho da Vila
14
Distritmia
Martinho da Vila
15
Cidadã brasileira
Martinho da Vila
16
Onde o Brasil aprendeu a liberdade
Martinho da Vila
17
Medley: Batuque na cozinha / Balança povo / Segure tudo / Casa de bamba
João da Bahiana / Martinho da Vila / Martinho da Vila / Martinho da Vila