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Nenhuma dor

Gal Costa
Discos: MPB

Próximamente disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Biscoito Fino
Estilo MPB
Año de Edición Original 2021

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Gal Costa (voz)

Pedro Coelho (bajo), Gabriel Vaz (batería, percusión), Felipe Pacheco Ventura (violín, viola, bajo, samples, arreglos), Marcus Ribeiro (cello).

Participación especial de: António Zambujo (voz), Criolo (voz), Jorge Drexler (voz, guitarra acústica), Rodrigo Amarante (voz, guitarra acústica, bajo, bandolim, percusión, arreglos), Rubel (voz, guitarra acústica), Seu (voz, guitarra acústica), Jorge, Silva (voz), Tim Bernardes (voz, guitarra acústica), Zé Ibarra (voz, piano, arreglos) y Zeca Veloso (voz, guitarra acustica).

Edición en formato Digipack.

"Legal. Fatal. Tropical. Plural. São os muitos adjetivos rimados com o canto cristalino de Gal Costa ao longo de carreira que completa 57 anos em 2021. A audição do álbum Nenhuma dor – lançado nesta sexta-feira, 12 de fevereiro, com a reunião dos dez singles paulatinamente arremessados nos players digitais de novembro de 2020 a janeiro de 2021 – sugere a adição de outro adjetivo, transcendental, para caracterizar o canto da artista neste disco revisionista.
Em Nenhuma dor, Gal recria dez músicas do próprio repertório na companhia de elenco masculino formado por cantores de diferentes gerações. Todos invariavelmente mais jovens do que a senhora cantora de atuais 75 anos.
De início, a ideia era fazer EP com quatro duetos de Gal com Criolo, Rubel, Silva e Tim Bernardes. Com o advento da pandemia, Gal e o diretor artístico do disco, Marcus Preto, estenderam a ideia para álbum emergencial que serviria tanto para celebrar os 75 anos da cantora – festejados em 26 de setembro de 2020 com a primeira (e por ora única) controvertida live de Gal – quanto para preencher a lacuna aberta com a paralisação da agenda de shows da cantora por conta do isolamento social.
O resultado é álbum de bom acabamento, percebido já na capa criada por Omar Salomão a partir de fotos antigas da cantora.
Por ser refém do próprio passado de glória, Gal obviamente não cumpre o objetivo a que diz ter se proposto ao regravar dez músicas do próprio repertório em seleção que foge da obviedade dos greatest hits.
Como ressaltou em entrevista a Gabriela Sarmento, repórter do G1, Gal quis recriar essas dez músicas com “grandeza igual ou até maior” do que as dos registros emblemáticos dessas composições, a maioria lançada na voz da cantora.
Em que pese o alto nível das abordagens atuais de canções como Baby (Caetano Veloso, 1968) – mais uma prova da grandeza de Tim Bernardes, convidado e coprodutor da faixa – e Meu bem, meu mal (Caetano Veloso, 1981), reouvida em alternância de graves e agudos que expõe o talento vocal de Zé Ibarra, nenhum dos dez duetos de Nenhuma dor faz frente – para ouvidos habituados aos padrões da MPB – ao que já foi feito por Gal na longa estrada que levou à alguma dor em caminhada artística essencialmente feliz.
Contudo, há real beleza nessas abordagens para quem está disposto a fechar a cortina do passado de Gal e da MPB.
Para ouvintes que dissociam as gravações de 2020 (produzidas com cordas abundantes por Felipe Pacheco Ventura) dos registros anteriores, talvez até por puro desconhecimento das gravações referenciais, o tom cool do canto esmaecido de Silva pode até soar sedutor na interpretação do samba-canção Só louco (Dorival Caymmi, 1955). Assim como o canto sem energia de Criolo em Paula e Bebeto (Milton Nascimento e Caetano Veloso, 1975) pode até eletrizar seguidores jovens de Gal. É questão não somente de gosto, mas principalmente de geração.
Nessa transversal do tempo, o canto de Gal transcende gerações e gostos, cruzando em Nenhuma dor linha imaginária que cobre 55 anos de história da música brasileira. Ou mais, pois o ponto de partida de Rodrigo Amarante na recriação de Avarandado (Caetano Veloso, 1967) foi o canto de João Gilberto (1931 – 2019), referência máxima para Gal.
Quando Gal faz Coração vagabundo (Caetano Veloso, 1967) bater novamente com Rubel, é como se ela reencarnasse na pele da Gracinha que deslumbrava privilegiados ouvintes de primeira hora em Salvador (BA) nos idos de 1963. E aí a referência também é Caetano Veloso, compositor dominante na seleção do álbum Nenhuma dor e um desses seguidores iniciais de Gal.
Seja celebrando a importância do compositor Luiz Melodia (1951 – 2017) ao lado de Seu Jorge na regravação menos viçosa de Juventude transviada (Luiz Melodia, 1975), seja reencenando o drama amoroso de Pois é (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1970) com o cantor António Zambujo, Gal Costa transcende. Até porque está cantando melhor em Nenhuma dor do que no estupendo álbum anterior de estúdio e de músicas inéditas, A pele do futuro (2018).
Sim, Gal transcende quando surpreende ao (ar)riscar outra luz e outra cor para Negro amor (It's all over now, baby blue, Bob Dylan, 1965, em versão em português de Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti, 1977) em grande regravação com Jorge Drexler, cantor uruguaio residente na Espanha.
Na pele de cantora que parece sempre vislumbrar o futuro, guiada por diretores como Waly Salomão (1943 – 2003) e Marcus Preto (desde 2013 responsável por manter acesa a chama da renovação feita em 2011 com o consagrador álbum Recanto), Gal embaralha passado e presente ao dar voz com Zeca Veloso a uma canção de Caetano Veloso, Nenhuma dor (parceria com o poeta Torquato Neto, de 1967), elevada ao status de música-título do álbum editado pela gravadora Biscoito Fino em CD e em LP (em edição de vinil vermelho, fabricada em parceria com o Noize Record Club).
Para quem não ligou os sobrenomes, Zeca Veloso é filho desse grande compositor que tem sido a bússola de Gal desde 1964, ano dos primeiros shows da cantora.
Por mais que haja duetos sobressalentes no conjunto de dez gravações do álbum (com justos destaques para os encontros de Gal com Tim Bernardes, Jorge Drexler, Rodrigo Amarante, Zé Ibarra e Zeca Veloso), o conjunto da obra justifica o álbum Nenhuma dor pela transcendência do canto matricial de Maria da Graça Costa Penna Burgos." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 12.02.2021)

Temas

CD 1
01
Avarandado
Caetano Veloso
Gal Costa & Rodrigo Amarante
02
Só louco
Dorival Caymmi
Gal Costa & Silva
03
Paula e Bebeto
Caetano Veloso - Milton Nascimento
Gal Costa & Criolo
04
Pois é
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque)
Gal Costa & Antonio Zambujo
05
Meu bem, meu mal
Caetano Veloso
Gal Costa & Zé ibarra
06
Juventude transviada
Luiz Melodia
Gal Costa & Seu Jorge
07
Baby
Caetano Veloso
Gal Costa & Tim Bernardes
08
Coração vagabundo
Caetano Veloso
Gal Costa & Rubel
09
Negro amor (It's all over now, baby blue)
Bob Dylan (Vers. Caetano Veloso - Péricles Cavalcanti)
Gal Costa & Jorge Drexler
10
Nenhuma dor
Caetano Veloso - Torquato Neto
Gal Costa & Zeca Veloso