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Rabequeiros de Pernambuco

Varios Intérpretes (Regional)
Discos: Folclore del Nordeste

Disponible

27,90 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo Folclore del Nordeste
Año de Edición Original 2011
Observaciones 2CDs

Más

Interpretaciones de: Adriano Salhab; Aglaia Costa; Alberone; Antonio Teles; Antúlio Madureira; Biu de Doía; Cláudio Rabeca; Dinda Salú & Cristiano Salú; Luiz Paixão; Gustavo Azevedo; Maciel Salú; Manoel Pereira; Márcio Viana & Maciel Viana; Mestre Araújo; Murilo Silva; Nylber da Silva; Pedro Côra; Rafa da Rabeca; Renata Rosa; Salatiel da Rabeca; Siba; Sônia Guimarães; Zé Cafofinho; Zé de Bibi.

Edición en formato Digipack.

"(...) O jovem (e talentoso) músico e compositor Cláudio Rabeca foi quem produziu o disco e teve um trabalho danado para encontrar 24 rabequeiros radicados em Pernambuco que representassem todas as regiões do estado. Depois teve outra trabalheira para que os músicos gravassem seus trabalhos.
O CD duplo que saiu do forno traz os consagrados rabequeiros: Luiz Paixão, Alberone, Renata Rosa, Murilo Silva, Zé Cafofinho, Nylber da Silva, Aglaia Costa, Antonio Teles, Gustavo Azevedo, Maciel Salú, Rafa da Rabeca, Zé de Bibi, Mestre Araújo, Adriano Salhab, Dinda Salú, Biu de Doía, Cláudio Rabeca, Siba, Sônia Guimarães, Pedro Côra, Antúlio Madureira, Márcio Viana, Manoel Pereira e Salatiel da Rabeca.
Da gostosa mistura dos artistas jovens com os mais velhos, a arte final que se pretendia obter com o projeto foi mais do que alcançada. Para quem gosta do som da rabeca, o disco garante a recompensa!
O que muitos se perguntam é como a rabeca veio parar no Nordeste. Para se entender isso são necessários alguns esclarecimentos sobre a origem da música nordestina. É o que pretendo fazer abaixo de forma bastante resumida.
A música do Nordeste, especialmente a dos sertões, é a dos menestréis medievais com suas violas e rabecas. O melhor trabalho que li sobre isto foi do brilhante jornalista pernambucano Selênio Homem de Siqueira, que nos anos setenta em reportagem para o Diário de Pernambuco, afirmou:
“Na arte é onde ficou mais pura a influência medieval no Nordeste. A música dos sertões nordestinos, na sua expressão mais genuína é cantochão sem tirar nem pôr, e o folheto, a gesta ou o rimance. Como os trovadores dos feudos, costumavam os cantadores da região ir e virem, levando notícias do mundo e cantando em versos, acompanhados à viola, os feitos heróicos ou histórias maravilhosas, nas quais não faltavam as proezas dos Pares de França e da Távola Redonda. Como os menestréis medievos, eram bem recebidos nas casas senhoriais, muitas delas vazadas (com cesteiras para rifles) em função dos cercos e assédios, idênticas aos castelos da Idade Média”.
O citado jornalista escreveu também que “o improviso na poesia cantada e musicada do Nordeste tem suas raízes no desafio português ou nas bulerias hispânicas, ambos de origem medieval e que ainda hoje persistem com todos os temperos de procedência”.
Assim, até o aboio do vaqueiro nordestino é cantochão puro. A toada de Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho, A Morte do Vaqueiro, nada mais seria do que uma canção de gesta feita para Raimundo Jacó. Dessa influência medieval também brotou a toada sertaneja, ainda hoje presente nos benditos e nas cantigas de cegos, toada que chegou ao seu ápice com músicas como por exemplo Légua Tirana (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e Triste Partida, de Patativa do Assaré. Mas a música que se criou no Nordeste também admitiu “sotaques” da música ameríndia, considerando-se que o cantochão e o canto gregoriano são a mesma coisa. A influência deste último foi acima comentada.
Só alguns séculos depois é que desembarcaram neste torrão, o xote e a polca, ambas de origem europeia que aqui foram adaptadas e incorporadas ao nosso universo musical.
Da riquíssima matriz africana, temos no Nordeste: o coco, o maracatu e o samba, este último nascido na Bahia e não no Rio de Janeiro como todos pensam.
Sobre o baião, o gênero que imperou no Brasil por uma década, de 1947 a 1957, disse o mestre Câmara Cascudo, que em 1910, nos sertões do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, “um pequeno e curioso trecho musical executado por viola e rabeca ostentava a denominação de baião ou rojão”. Atento a essas células rítmicas foi que Luiz Gonzaga “criou o baião” fazendo dele um dos três mais importantes ritmos brasileiros ao lado do choro e do samba.
Também se tornou fato indiscutível que a rabeca quando aqui se juntou a instrumentos percussivos foi quem iniciou aquilo que no futuro viria a se chamar forró. Então, a rabeca tem história!
Tanto a rabeca quanto a viola, que chegaram ao Brasil com os portugueses, têm uma importância fundamental na música do Nordeste. A sanfona somente aqui chegou com a colonização italiana e alemã. E somente com o estrondoso sucesso de Luiz Gonzaga a partir de 1947, fazendo uso da sanfona como principal instrumento na execução dos ritmos do Nordeste, é que a rabeca e a viola foram sendo esquecidas.
A rabeca, que pode ter três, quatro ou seis cordas, é sem dúvidas um instrumento desconcertante. Cada luthier que a fabrica faz com que a sonoridade de uma não seja igual a da outra. Até o tempo de colagem das peças de madeira tem influência no som que dela emana.
Dizem alguns entendidos que a rabeca é um violino não evoluído. Isso é preconceito. Tudo decorre do fato de que o violino é tocado para plateias nobres e a rabeca ficou mais para a chamada plebe rude. Vejo a coisa mais ou menos assim: o violino se consagrou com a música erudita e a rabeca manteve-se firme na música do povo. O violino é apenas uma rabeca com um acabamento para lá de aprimorado. A rabeca é rústica e original!
No lançamento do CD RABEQUEIROS DE PERNAMBUCO, eu vi três grandes músicos de rabeca: Seu Luiz Paixão, Dinda Salu e Cláudio Rabeca, pois só esses artistas se apresentaram. Cada uma das três rabecas que escutei produzia uma vibração sonora única e arrebatadora. Assim sendo, temos que agradecer a esses cristais do saber e da cultura viva por manterem firme em nós a esperança de que jamais a rabeca será esquecida." Abílio Neto (Overmundo. 17.09.2011)

Temas

CD 1
01
Baião novo
Mestre Luiz Paixão
Mestre Luiz Paixão
02:16
02
Novas águas
Alberone
Alberone
04:41
03
A roda do vento
Renata Rosa
Renata Rosa
02:23
04
Seu Bartolomeu
Murilo SIlva
Murilo SIlva
02:21
05
Depois eu penso
Zé Cafofinho
Zé Cafofinho
04:19
06
Em cantos na mata
Nylber da SIlva
Nylber da SIlva
02:34
06
Em cantos na mata
Nylber da SIlva
Nylber da SIlva
02:34
06
Em cantos na mata
Nylber da SIlva
Nylber da SIlva
02:34
07
Prelúdio amoroso
Aglaia Costa
Aglaia Costa
03:19
08
A semente da melancia
D.P.
Mestre Antonio Teles
03:51
09
Seu Dedé
Gustavo Azevedo
Gustavo Azevedo
03:03
10
No serrado do sertão
Maciel Salú
Maciel Salú
05:12
11
Tapera de palha
Rafa da Rabeca
Rafa da Rabeca
03:36
12
Baiano / Toada do cavalo (Cavalo marinho de bombo)
D.P.
Zé de Bibi
02:07
CD 2
01
Maria Trubana
D.P.
Mestre Araújo
03:38
02
A rabeca secreta
Adriano Salhab
Adriano Salhab
05:55
03
Puxe o arco direitinho
Dinda Salu - Cristiano Salu
Dinda Salu
02:29
04
Toada de abertura / Mergulhão (Cavalo marinho de bombo)
D.P.
Biu de Dóia
03:18
05
Rabeca enxerida
Cláudio Rabeca
Cláudio Rabeca
05:24
06
Ali
Siba
Siba
02:56
07
Caminhos
Sônia Guimarães
Sônia Guimarães
06:25
08
Chorinho em Juripiranga
Pedro Côra
Pedro Côra
02:42
09
Semente vermelha
Antúlio Madureira
Antúlio Madureira
03:54
10
Ciranda amarela
Márcio Viana - Maciel Viana
Márcio Viana
04:27
11
O namorador
Geraldo Zino
Mestre Manoel Pereira
02:54
12
Saudação
Salatiel da Rabeca
Salatiel da Rabeca
03:26