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O pulo do gato

Rodrigo Nassif
Discos: MPB

Disponible

Ficha técnica Discos

Sello	Independiente
Estilo	MPB
Año de Edición Original	2011
Instrumental

Más

Rodrigo Nassif (guitarra acústica, contrabajo, percusión, arreglos)

Evandro Lazzrotto (guitarra eléctrica).

Tercer álbum del original guitarrista y compositor gaúcho.

"(...) No meu caso, sempre admiro aqueles artistas que conseguem, mesmo reconhecendo a influência inevitável de uma ou mais tradições musicais, criar um universo sonoro peculiar que aponta para um arranjo criativo entre influência e originalidade, entre herança e transformação. E esse aspecto percebo de forma recorrente nas composições instrumentais do violonista Rodrigo Nassif, que lançou ano passado seu terceiro álbum, intitulado O pulo do gato.
Mesmo que o título deste trabalho também seja o nome da composição que abre o repertório de 10 faixas do disco, seria válido pensar também que “o pulo do gato”, isto é, aquela estratégia última de sobrevivência, aquele segredo que nos faz diferentes, é justamente o objetivo de um artista: uma marca autoral que justifica e enriquece sua trajetória, impossível de ser ensinada ou reproduzida completamente.
Dessa forma, “o pulo do gato” de Nassif apresenta-se em todas as músicas do disco, na execução impecável e criativa do seu violão e na sua capacidade cada vez mais aprimorada de fazer um “pop instrumental” de grande qualidade (...)" Ícaro Bittencourt (Música Esparsa, 12.02.2012)

“Pulo do gato foi o que deu Rodrigo Nassif. De Passo Fundo, mas criado em Bagé, com todas as marcas que uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes na fronteira mais gaúcha do país pode carregar, para Buenos Aires e, hoje, Porto Alegre. Filho de uma cantora de coral e de um músico clarinetista, neto de um violinista.
Desafogou de uma cidade tradicional, histórica e geograficamente isolada da valorização do músico e do instrumento como profissão, e teve o seu jazz folclórico – categoriais musicais duplamente também excluídas – reconhecido por prêmios, bolsas de estudo, críticas elogiosas e, em abril próximo, por uma apresentação no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.
Já inserido em ninho musical, Rodrigo Nassif ganhou uma bolsa de estudos para estudar bacharelado de música. O curso era pago, mas com a oportunidade gratuita, era a justificativa para os pais de não negar. Conhecendo a violinista Aline Morena, que seria a futura esposa de Hermeto Pascoal, chegou ao conhecimento de Eduardo Isaac, uma das personalidades mundiais do violão, e ganhou mais um pulo. Dessa vez para Mar del Plata, na Argentina, onde ganhou bolsa no prestigiado Consevatório Luís Giannneo e amadureceu sua composição, sob o apadrinhamento de Isaac.
Mas a grande cidade, como diz Rodrigo, abafava seu gosto por brincar com a música. “Nessa vida de megalópole a pessoa tem que estar preparada, porque você vive uma maratona, e eu senti que estava perdendo a mão da música, nesse lance de tirar a música de brincadeira”, contou Rodrigo Nassif.
Então, mesmo com as oportunidades deixadas na cidade argentina, depois que terminou o curso, voltou ao Brasil. A sequência de composições que teve início, desde então, geraram a Rodrigo três discos. “Essa minha experiência com os contrastes foi definitiva”, resumiu o músico.
Como se a linguagem musical fosse uma extensão da literária, usou os personagens e narrativa de Gabriel Garcia Marquez, em “Cem Anos de Solidão”, para quatro músicas do seu primeiro álbum, que leva o seu próprio nome. “Balada de los Buendia 1” foi uma delas.
O segundo disco “Fronteira” também trouxe as referências literárias, com inspirações de José Saramago, por exemplo. Foi com ele que, em 2009, conquistou o prêmio mais importante do Rio Grande do Sul, “Açorianos”, da prefeitura de Porto Alegre. Foi a abertura para se mudar à cidade que lhe daria mais espaço e que encontraria a formação atual de seu quarteto.
“Eu, com um toque mais jazzístico, os guris gostam mais de rock, cada um no seu estilo, colocando um temperinho. As coisas foram em direção a um suingue, um sotaque latino-americano bem mais forte. E aí eu encontrei um encantamento que eu queria desde a primeira composição, com violão solo, que é uma espécie de tango delonga”, disse Rodrigo.
“Essa dificuldade de as pessoas rotularem as minhas músicas pelo ritmo foi o que me levou a continuar o processo compositivo. Comecei a entender essa sonoridade mais grandiosa que o quarteto permitia. Eu achei que essa formação do quarteto deixou as portas abertas para muito mais probabilidades, uma palheta maior de cores, permitiu abrir em várias janelas onde eu podia estender a minha concepção da composição”, assim definiu o músico (...)" Patricia Faermann (Jornal GGN, 28.03.2014)