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Nana Tom Vinicius

Nana Caymmi
Discos: MPB

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sesc SP
Estilo MPB
Año de Edición Original 2020

Más

Nana Caymmi (voz)

Itamar Assiere (piano), Dori Caymmi (guitarra acústica, arreglos, dirección), Jorge Helder (contrabajo), Jurim Moreira (batería), Bré Rosario (percusión), conjunto de vientos y St. Petersburg Studio Orchestra (cuerdas).

Grabado en junio de 2019 y lanzado inicialmente en las plataformas digitales en julio de 2020.

Edición en formato Digipack.

"Para fazer justiça ao álbum em que Nana Caymmi interpreta nove canções da parceria essencial de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) com Vinicius de Moraes (1913 – 1980), é preciso compreender a dimensão atemporal desse disco orquestral gravado sob direção musical de Dori Caymmi, com repertório que abrange duas composições em que Vinicius assinou sozinho música e letra, Valsa de Eurídice (1956) e Serenata do adeus (1958), e uma canção somente de Jobim, As praias desertas (1958).
O álbum Nana Tom Vinicius tem o mesmo caráter acrônico do songbook em que a cantora norte-americana Ella Fitzgerald (1917 – 1996) deu voz à obra do compositor Cole Porter (1891 – 1964) em disco também gravado com orquestra e editado em 1956, ano da abertura da parceria de Tom com Vinicius.
Em bom português, trata-se de discos imunes aos efeitos do tempo pela solidez inoxidável da voz, do cancioneiro abordado por essa voz e dos arranjos (de Dori Caymmi, no caso do songbook de Nana).
A rigor, o álbum Nana Tom Vinicius poderia ter sido lançado em 1960, pois todas as 12 músicas do repertório foram apresentadas entre 1956 e 1959. Mas está saindo em 2020, 60 anos depois.
Se por um lado o disco pode soar antigo ou mesmo previsível, por outro soa absolutamente sublime porque tudo em Nana Tom Vinicius é de qualidade excepcional que se conservará eternamente brilhante, acima dos padrões musicais de todas as épocas.
Cantora de alma antiga, tradicionalmente avessa às contemporaneidades da música brasileira (ainda que tenha dado voz a jovens compositores em discos dos anos 1970 e 1980), a carioca Nana Caymmi se afina com o tempo eterno dessas 12 canções do amor demais. Tempo geralmente triste, como sublinha verso de Sem você (1959), já que, até mesmo numa canção de aparente paz como Luciana (1958), o poeta adverte que “o amor é embriagador, mas também traz muita dor”.
Como o single Eu sei que vou te amar (1959) mostrou em junho, Nana estava em plena forma vocal quando gravou o disco em estúdio da cidade do Rio de Janeiro (RJ), em abril de 2019, mês em que completou 78 anos de vida.
Sem perda da intensidade emocional, a cantora experimenta tons mais suaves na interpretação de canções como As praias desertas (1958) e Janelas abertas (1958) – duas composições apresentadas na voz da cantora Elizeth Cardoso (1920 – 1990) no primeiro songbook deste dedicado ao cancioneiro de Tom e Vinicius (descontada a edição em 1956 do LP com a trilha sonora da peça Orfeu da Conceição, marco inaugural da parceria).
Deste disco de 1958, intitulado Canção do amor demais (1958) e celebrado equivocadamente como o marco zero da bossa nova por ter tido o violão de João Gilberto (1931 – 2019) em duas faixas, Nana rebobina seis das 13 músicas, à vontade na cama orquestral armada por Dori Caymmi.
De todo modo, o repertório selecionado por Nana tem mais interseções (nove, ao todo) com o cancioneiro gravado pela cantora carioca Lenita Bruno (1926 – 1987) em songbook de Tom & Vinicius editado em 1959, um ano após o disco de Elizeth.
A excelência dos arranjos reafirma a maestria de Dori no ofício. O uso da orquestra foi feito com doses precisas. As cordas estão em todo o disco, mas sem ofuscar a delicadeza do toque do piano de Itamar Assiere, por exemplo, ou do sopro das flautas de Daniel Allain e Teco Cardoso – e cabe ressaltar que as flautas são marcas registradas nos arranjos criados e regidos por Dori.
Afinada com esse tradicionalista universo musical, Nana jamais sai do tom. Nana é a cantora que chora com a voz dentro do coração em Modinha (1958), que interioriza o desespero de Canção do amor demais (1958) e que, com a devida solenidade, faz o juramento de amor eterno que pauta Por toda minha vida (1959) e dá voz ao Soneto de separação (1959).
Sim, faz-se o drama ao longo do álbum Nana Tom Vinicius – como a intérprete explicita no canto triste do Soneto da separação (1959) – só que nada passa do tom no disco.
Ao cantar Tom e Vinicius, Nana Caymmi soa intensa – por vezes até dramática ou mesmo ocasionalmente suave como no canto de Se todos fossem iguais a você (1956) – sem pisar no pantanoso terreno do sentimentalismo kitsch." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 10.07.2020)

Temas

CD 1
01
Eu sei que vu te amar
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
03:45
02
Sem você
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
04:37
03
Luciana
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
02:00
04
As praias desertas
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim)
03:52
05
Janelas abertas
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
03:57
06
Serenata do adeus
Vinicius de Moraes
02:51
07
Valsa de Eurídice
Vinicius de Moraes
03:47
08
Modinha
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
03:15
09
Por toda minha vida
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
02:17
10
Canção do amor demais
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
03:21
11
Soneto da separação
Vinicius de Moraes - Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim)
03:23
12
Se todos fossem iguais a você
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
02:58