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Vão

Zé Miguel Wisnik
Discos: MPB

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Circus
Estilo MPB
Año de Edición Original 2022

Más

Zé Miguel Wisnik (voz, piano, teclados)

Alexandre Ribeiro (clarinete), Marcio Arantes (guitarra eléctrica, bajo eléctrico, contrabajo, clavinete, bajo sint., programaciones), Alexandre Fontanetti o Junix (guitarra eléctrica), João Camarero (guitarra acústica, arreglo de guitarras), Gian Correa (guitarra de 7 cuerdas), Vitor Casagrande (guitarra tenor), Neymar Dias (viola caipira), Swami Jr. o Seko Bass (bajo eléctrico), Sérgio Reze (batería, gongs melódicos), Tiago Big Rabello (batería), Pedro Bandera o Japa System o Felipe Roseno (percusión), Sophia Chablau, Carina Iglecias, Ilessi y Marina Wisnik (coros), Ricardo Herz (violín, rabeca), Fabio Tagliaferri (viola).

Participación especial de: Ná Ozzetti (voz), Mônica Salmaso (voz), Celso Sim (voz), Marina Wisnik (voz), Zahy Guajajara (voz).

Edición en formato Digipack.

"A senha para decifrar Vão, quinto álbum solo autoral de José Miguel Wisnik, reside na letra do samba Chorou e riu, gravado pelo artista paulista com Mônica Salmaso.
Com versos alusivos à letra de Meditação (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), standard da bossa nova, Chorou e riu expõe a insensatez de um Brasil aparentemente dominado pela voz dos imbecis já citados por Caetano Veloso em Saudosismo (1968). Findo com o choro da cuíca, símbolo do lamento dos deserdados na pátria nada gentil, o samba perfila um Brasil que despenca no “vão do horror”, mas que tem bossa e uma força bruta ainda por brotar do solo.
Na poética refinada do álbum Vão, arquitetada com versos de parceiros letristas como Arnaldo Antunes, Carlos Rennó e Luiz Tatit, Wisnik desenterra essa força bruta, personificada na faixa de abertura pelo jequitibá plantado no alvorecer da cidade de São Paulo (SP).
Gravada com a adesão vocal de Ná Ozzetti, cantora recorrente na discografia de Wisnik a ponto de ter dividido o álbum Ná e Zé (2015) com o artista, Jequitibá é a canção em parceria com Rennó que, ao lado do samba Chorou e riu, soa sobressalente entre as 11 composições da safra autoral de Vão, disco gravado com produção musical de Alê Siqueira, sob direção artística do próprio Wisnik, e lançado pelo selo Circus em edição digital (em rotação desde 12 de agosto) e nos formatos de CD (já à venda na loja virtual da produtora fonográfica) e de LP (ainda não disponível no mercado).
Compositor, músico, ensaísta e professor de literatura, Wisnik se apresenta também como cantor de tons baixos, opacos, mas eficazes para dar o recado das letras.
O único arroubo de Vão é o da poesia. Tanto que até Mônica Salmaso se afina com o compositor-que-canta no clima ameno do disco, gravado com a voz de Marina Wisnik, filha de Zé, no bolero Iara e nas canções Avesso vão e Roma, das quais Marina é parceira do pai.
Vão oferece pérolas aos poucos ouvintes da música do artista, cuja discografia solo foi iniciada há 30 anos com a edição do álbum intitulado José Miguel Wisnik (1992).
Ainda que o artista sintonize sons fora da própria esfera, como acontece em Estranha religião (José Miguel Wisnik e Guilherme Wisnik), Vão se assenta sobre a habitual atmosfera sonora da música do compositor. Tanto que Estranha religião, faixa formatada com três músicos da BaianaSystem – Japa System (percussão e beat eletrônico), Junix (guitarras) e Seko Bass (baixo elétrico) – e com sample de Reza forte (Russo Passapusso, Seko Bass e BNegão, 2021) – soa quase como rachadura na arquitetura clássica de Vão.
Por mais que a força melódica do repertório se dissipe à medida que avança a audição do álbum, o pulso poético se mantém firme ao longo das 11 faixas. Até porque a letra de Eu disse sim (José Miguel Wisnik e Carlos Rennó), por exemplo, foi escrita a partir de monólogo da personagem Molly Bloom em Ulisses (1922), romance já centenário do escritor irlandês James Joyce (1882 – 1941). Sem falar que Deixe eu ir ostenta a sintaxe magnética de Luiz Tatit, parceiro letrista de Wisnik na composição.
E como ignorar a força da poesia de Sereia? Sereia é música de Wisnik letrada por Arnaldo Antunes com versos sobre o corpo que naufraga com o avanço da doença silenciosa que anuncia a finitude na faixa ancorada nos timbres tensos da guitarra de Marcio Arantes, produtor musical deste fonograma que se eleva em Vão.
Se breve é a vida, longa é a arte, assunto de O chamado e a chama (José Miguel Wisnik e Paulo Neves), cuja letra versa sobre a relação entre a música, a poesia e o músico. A voz da deusa-mulher Elza Soares (1930 – 2022) reverbera – “Me deixe cantar até o fim!” – através do sample do samba A mulher do fim do mundo (Romulo Fróes e Alice Coutinho, 2015) com a sinalizar que a Arte não finda.
Única música pré-existente na safra inteiramente autoral de Vão, o fado Terra estrangeira (1995) fecha o álbum na voz de Celso Sim com imagens de além-mar que reforçam a sensação de que Vão versa sobre um Brasil encalhado, a ser redescoberto com toda a força bruta que ainda há de brotar no solo em que está fincado o ancestral jequitibá paulistano." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 24.08.2022)

Temas

CD 1
01
O jequitibá
José Miguel Wisnik - Carlos Rennó
Zé Miguel Wisnik & Ná Ozzetti
02
Chorou e riu
José Miguel Wisnik
Zé Miguel Wisnik & Mônica Salmaso
03
Roma
Marina Wisnik - José Miguel Wisnik
Zé Miguel Wisnik & Marina Wisnik
04
Eu disse sim
José Miguel Wisnik - Carlos Rennó - James Joyce
05
Estranha religião
José Miguel Wisnik - Guilherme Wisnik
06
Iara
José Miguel Wisnik
Zé Miguel Wisnik & Marina Wisnik
07
O chamado e a chama
José Miguel Wisnik - Paulo Neves
08
Sereia
José Miguel Wisnik - Arnaldo Antunes
09
Deixe eu ir
José Miguel Wisnik - Luiz Tatit
10
Avesso vão
José Miguel Wisnik - Marina Wisnik
Zé Miguel Wisnik & Marina Wisnik
11
Terra estrangeira
José Miguel Wisnik
Zé Miguel Wisnik & Celso SIm