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Senhora estrada

Alceu Valença
Discos: MPB

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Deck
Estilo MPB
Año de Edición Original 2021

Más

Alceu Valença (voz, guitarra acústica)

Edición en formato Digipack.

"Terceiro álbum lançado por Alceu Valença ao longo deste ano de 2021, Senhora estrada está sendo apresentado como o fecho de trilogia de álbuns gravados pelo artista somente com a voz e o violão –formato até então inédito.na discografia do artista pernambucano.
Só que, a rigor, Alceu gravou quatro discos no período de isolamento social. Enraizado na cultura nordestina apreendida pelo artista na vivência em São Bento do Una (PE), cidade interiorana e sertaneja onde Alceu Valença nasceu há 75 anos, Senhora estrada seria o último do lote pela ordem prevista originalmente.
O terceiro título seria o álbum gravado por Alceu com a guitarra de Paulo Rafael (1955 – 2021), músico fundamental na arquitetura do som do cantor.
Com a morte de Paulo Rafael em 23 de agosto, Senhora estrada passa à frente na fila e chega ao mundo digital nesta sexta-feira, 19 de novembro, como espécie de inventário afetivo da memória desse artista que cresceu no sertão pernambucano ao som influente de aboiadores do mato, cantadores, emboladores, sanfoneiros e violeiros.
Com roteiro tão bem amarrado quanto os dos discos dois antecessores, Sem pensar no amanhã (2021) e Saudade (2021), o álbum Senhora estrada impressiona pelo alto padrão de qualidade do som da voz e do violão – captados com limpidez, mérito de Rafael Ramos e do próprio Alceu, produtores musicais do disco – e das interpretações de músicas encadeadas com critério.
Já na abertura do disco, fora do trilho autoral, Alceu refaz a viagem de Pau-de-arara (Luiz Gonzaga e Guio de Moraes, 1952) com divisões manemolentes e repetições de palavras que renovam a música. Por ter Luiz Gonzaga (1912 – 1989) como uma das referências matriciais da obra que vem apresentando ao Brasil desde o início dos anos 1970, Alceu alocou duas músicas do Rei do baião logo no início do álbum Senhora estrada.
Na costura do disco, Pau-de-arara antecede Numa sala de reboco (Luiz Gonzaga e Zé Marcolino, 1965), tema forrozeiro de sensualidade realçada pelo canto quase maroto do intérprete. É quando a paixão aparece na estrada para permanecer até o fim da rota existencial do cantador.
“Pra quem sofre de dor de cotovelo, remédio é forró, xote e baião”, receita em versos de Pé de rosa (Alceu Valença, 2001), celebração do acasalamento dos arrasta-pés. Cantada com vocais ruminados, Pé de rosa brotou originalmente há 20 anos em gravação feita pelo artista para o álbum Forró lunar (2001).
Desse mesmo disco Forró lunar, Alceu também colhe Xote delicado (2001), música em que o poeta andarilho exalta o amor que o une à mulher, Yanê Valença, autora das fotos promocionais do álbum Senhora estrada. Já a gravação de Depois do amor (Alceu Valença, 2005) evidencia, no toque do violão de Alceu, a influência da música ibérica no sertão nordestino.
A toada amorosa segue fluente com o cheiro sensual exalado pelo xote Flor de tangerina (Alceu Valença, 2002), abrindo caminho para Vai chover (Alceu Valença e Herbert Azul, 1999) – música de versos líricos que louvam a senhora dos navios e do amor do artista – e para o coco Coração bobo (Alceu Valença, 1980), único grande hit do cantador em repertório povoado por lados B de discografia coesa que nunca saiu dos trilhos.
Nesse oceano de paixão que inunda o álbum Senhora estrada, Alceu refaz a rota de Pelas ruas que andei (Alceu Valença e Vicente Barreto, 1982) para seguir os caminhos do coração bobo desse cantador.
Nessa rota, o artista tira Cabelo no pente (Alceu Valença e Ricardo Barreto, 1981) para pisar pelas ruas do passado com esse xote harmonioso cuja letra cita Pisa no fulô (João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Júnior, 1957), malicioso xote de tempos idos.
No fecho do disco, com ecos da música moura e da prosódia dos aboiadores, Alceu Valença louva a própria estrada – companheira fiel do destino itinerante do cantador – na única música inédita do disco.
Toada composta para a trilha sonora do filme A luneta do tempo (2015), mas inutilizada no disco com a trilha sonora do longa-metragem escrito e dirigido pelo próprio Alceu Valença, Senhora estrada se afina com o roteiro deste álbum de 2021 em que o artista volta para a casa, refazendo caminhos do coração bobo de paixão, com a nostalgia do tempo de menino vivido no incandescente solo do agreste pernambucano." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 19.11.2021)

Temas

CD 1
01
Pau de arara
Guio de Moraes - Luiz Gonzaga
02
Numa sala de reboco
José Marcolino - Luiz Gonzaga
03
Pé de rosa
Alceu Valença
04
Xote delicado
Alceu Valença
05
Depois do amor
Alceu Valença
06
Flor de tangerina
Alceu Valença
07
Vai chover
Alceu Valença - Heberth Azzul
08
Coração bobo
Alceu Valença
09
Pelas ruas que andei
Alceu Valença - Vicente Barreto
10
Cabelo no pente
Alceu Valença - Vicente Barreto
11
Senhora estrada
Alceu Valença