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Ubuntu

Leila Maria
Discos: MPB

Disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Biscoito Fino
Estilo MPB
Año de Edición Original 2022

Más

Leila Maria (voz)

Richard Fermino (flauta, piccolo, saxo tenor, saxo barítono), Sintia Piccin (flauta, saxo tenor), Ahmed Fofana (balafon, dum dum), Maíra Freitas (piano, coros), Zola Star (guitarras, coros, arreglos), Assaba Drame (ngoni), François Muleka (bajo, guitarra eléctrica barítono, coros, arreglos), Ana Karina (bajo), Guilherme Kastrup (batería, percusión, coros, arreglos), Christiano Santos (percusión electrónica, coros, arreglos), Beth Bel y Jackie Cunha (djembe, coros), Jonas Moncaio (cello).

Participación especial de: Maria Bethânia (voz recitado), Selma Uamusse (voz) y Vocal Kuimba.

Edición en formato Digipack.

Espléndido sexto álbum de la cantante Leila Maria (Leila Maria da Costa Pinto) (Rio de Janeiro, RJ, 1956) en el que da voz a las canciones del gran cantautor alagoano Djavan resaltando el componente africano -siempre presente, pero no siempre evidente- de su obra.

"Sexto álbum de Leila Maria, Ubuntu é obra-prima instantânea da discografia brasileira. É disco em que, ao abordar a obra de Djavan, a cantora carioca escapa dos clichês e afasta o fantasma do cover ao descortinar um mundo a rigor já embutido no cancioneiro tão universal quanto brasileiro do compositor alagoano, mas que ganha relevo na voz dessa artista de 66 anos recém-completados em 15 de abril.
Esse admirável mundo novo / antigo se abre ao longo de nove faixas gravadas com vozes e instrumentistas africanos – como a cantora moçambicana Selma Uamusse e como o cantor, compositor, violonista e guitarrista congolês Zola Star – e com produção musical orquestrada por Guilherme Kastrup sob direção artística de Ana Basbaum.
Sim, o universo de Ubuntu gravita em torno da África – matriz da música do mundo – e, sob a perspectiva histórica da diáspora africana, Leila Maria se harmoniza com antepassados e dá novos / antigos ares ao cancioneiro de Djavan no disco que chega ao mundo na sexta-feira, 29 de abril, em edição da gravadora Biscoito Fino.
Cantora que domina o cancioneiro de língua inglesa e o idioma do jazz, gênero também embutido na obra de Djavan (compositor cultuado nos nichos jazzísticos dos Estados Unidos), Leila sai da zona de conforto em busca do elo proposto por Ubuntu, álbum batizado com palavra do idioma quimbundo, de origem bantu, que expressa a conexão entre os homens, as divindades e a natureza.
Ubuntu, aliás, é a primeira palavra ouvido no álbum aberto com a gravação de Soweto (1987). “O povo quer florescer / E ganhar vida”, enfatiza Leila Maria, dando outro sentido em 2022 aos versos do combativo tema escrito por Djavan na era do Apartheid, regime de segregação racial que vigorou na África do Sul até 1994.
Leila canta Soweto sobre a trama de violões de Zola Star – cuja composição Tobina é inserida na faixa como tema incidental – e o baticum de Kastrup (atabaques, bateria congas, tama e xequerê) com a costura do baixo tocado por François Muleka, músico descendente de congoleses.
Na costura do álbum Ubuntu, a luta conclamada em Soweto se conecta com a temática social da última faixa, Seca (1996), aberta e encerrada com a voz de Maria Bethânia nas récitas áridas de versos dessa composição de inventiva fluência em que Djavan denuncia “a fome que humilha a todos e a vida que se alimenta de dor” no sertão nordestino.
Entre as récitas densas de Bethânia, Leila segue o seco com habilidade para destrinchar no canto os refinados caminhos harmônicos deste complexo tema de Djavan, salpicado em Ubuntu com as notas precisas do piano de Maíra Freitas.
Entre Soweto e Seca, terras e temas conectados pelas lágrimas claras que escorrem sobre as peles escuras através dos séculos e dos apartheids sociais, Leila Maria cai no samba Aquele um (Djavan e Aldir Blanc,1980), reinventado em cadência evocativa do zouk e da rumba congolesa, em arranjo que também ecoa a juju music.
Ao dar voz a Aquele um, a cantora deita e rola na swingueira dos metais em brasa do casal Richard Fermino (picollo, flauta, sax tenor e sax barítono) e Sintia Piccin (flauta e sax tenor) em faixa que envolve incidentalmente outro samba de Djavan – Fato consumado (1975), levado por Leila nos scats e com apenas dois versos cantados (“Eu quero ver você mandar na razão / Pra mim não é qualquer notícia que abala o coração”) – e o Ponto de Exu Tiriri (tema tradicional).
Base do álbum Ubuntu, o toque africano suaviza o tempero de salsa posto originalmente em Tanta saudade (1983), composição de Djavan e Chico Buarque cantada por Leila com o recorrente Zoli Star, cujo tema Bolingo na ngai é o condimento adicional da faixa, reforçando a teia de afetos costurados no disco.
Música eleita para promover o álbum Ubuntu com clipe que entra em rotação simultaneamente com o disco na sexta-feira, 29 de abril, a balada Meu bem querer (1980) tem o sofrimento potencializado pelo canto de Leila em afinada interação com as cinco vozes do coral Vocal Kuimba, formado na cidade de São Paulo (SP) por jovens estudantes angolanos. Orquestrado por Christiano Santos, o arranjo de vozes e percussões eletrônicas inebria e valoriza uma das músicas mais abordadas do cancioneiro de Djavan.
Da mesma forma, o balafon e o tambor dum dum percutidos por Ahmed Fofana – maestro originário do Mali – são os toques de novidade de Oceano (1989) ao lado do ngoni, instrumento do norte da África manuseado por Assaba Drame, músico que veio com Ahmed.
Assim como Meu bem querer, Oceano é balada que se tornou obrigatória em qualquer songbook de Djavan, mas que soa renovada em Ubuntu pelo arranjo e pelas divisões de Leila, cantora que costuma seguir o próprio tempo, como fica evidenciado no samba Flor de lis (1976), outro hit indispensável em qualquer seleção de músicas de Djavan.
Já Asa (1986) se abre com Leila Maria e a cantora moçambicana Selma Uamusse conciliando sotaques e voando sobre o ritmo da música – aditivada no álbum Ubuntu com o mix de sopros, violões e percussões do arranjo – quase como se delirassem em um blues.
Atuando como arranjador do disco ao lado de Zoli Star e François Muleka, o produtor musical Guilherme Kastrup assenta a canção Faltando um pedaço (1981) sobre baticum fincado em terras afro-brasileiras em mais um sobrevoo de Ubuntu sobre esse admirável mundo novo / antigo que se descortina no primeiro álbum de Leila Maria desde a projeção nacional alcançada pela cantora no ano passado ao participar da primeira edição do programa The Voice + (TV Globo, 2021).
Intérprete que poucas vezes fez discos à altura da voz, Leila Maria apresenta em Ubuntu álbum da mesma dimensão do canto da artista." Mauro Ferreira (g1.globo, com, 26.04.2022)


Temas

CD 1
01
Soweto / Tobina
Djavan
Leila Maria & Zola Star
04:58
02
Aquele um / Fato consumado / Ponto de Exu tiriri
Djavan - Aldir Blanc / Djavan / D.P.
04:12
03
Tanta saudade / Bolingo na ngai
Djavan - Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) / Zola Star
Leila Maria & Zola Star
04:30
04
Meu bem querer
Djavan
Leila Maria & Vocal Kuimba
03:10
05
Oceano
Djavan
05:05
06
Asa
Djavan
Leila Maria & Selma Uamusse
06:09
07
Flor de lis
Djavan
03:24
08
Faltando um pedaço
Djavan
03:17
09
Seca
Djavan
Leila Maria & Maria Bethânia
03:21