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Tesouros da MPB (Box)

Varios Intérpretes (MPB)
Discos: MPB

Disponible

49,90 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sesc SP
Estilo MPB
Año de Edición Original 2025
Concierto
Observaciones 4CDs

Más

Interpretaciones de: César Costa Filho; Jackson do Pandeiro; Fafá de Belém; Ivan Lins; Maurício Tapajós & Lucinha Lins; Sá & Guarayra; Sérgio Ricardo; Sérgio Sampaio; Sidney Miller; Walter Queiroz.

Grabado "ao vivo" en el Teatro Casa Grande, en la ciudad de Rio de Janeiro, en 1975.

"Composto por 4 CDs e disponível exclusivamente em formato físico, o box Tesouros da MPB resgata gravações inéditas de shows históricos que uniram Jackson do Pandeiro, Sérgio Ricardo, Ivan Lins, Fafá de Belém, Sá & Guarabyra e outros grandes nomes em prol da criação da Sociedade Musical Brasileira (SOMBRÁS).
Guardadas por 50 anos no arquivo de Guarabyra, estas performances capturam a MPB em seu momento mais engajado: onde forró, samba e canção de protesto se misturavam à resistência cultural sob a ditadura. Um documento sonoro que revela versões originais de clássicos, arranjos surpreendentes e a energia única desses encontros que marcaram gerações. A edição em encarte com 116 páginas contém as letras das canções e textos de Guarabyra, produtor artístico e idealizador do projeto, e do jornalista Pedro Alexandre Sanches."

"Tesouros da MPB:A revolução musical e a luta pelos direitos autorais.
A coleção Tesouros da MPB abre finalmente um baú que permaneceu trancado por 50 anos, desde a realização e gravação de uma série fabulosa de shows coletivos, reunindo em palcos cariocas o que acontecia de mais novo e impactante na música popular brasileira a partir do advento da bossa nova. O objetivo coletivo era arrecadar fundos para a recém-criada Sociedade Musical Brasileira, ou Sombrás, outra novidade absoluta concebida pela classe musical de então na virada de 1974 para 1975, sob censura cerrada.
Inicialmente em poder do compositor Guttemberg Guarabyra, as raras gravações aqui reunidas constituem uma amostragem preciosa de uma agitação que partia da arte e ia além, misturando de modo complexo a mais pura e cristalina música popular brasileira, conflito de gerações, o vespeiro dos direitos autorais, luta de classe e a resistência contra o cerco promovido pela ditadura sobre a cultura nacional.
Havia no pano de fundo uma troca de guarda geracional na MPB. Os criadores musicais mais novos, vindos da bossa nova, da canção de protesto, do iê-iê-iê, da tropicália, do Clube da Esquina etc., queixavam-se publicamente do funcionamento das sociedades vigentes de arrecadação de direitos autorais, ainda dominadas por compositores que fizeram a música popular da primeira metade do século XX.
Um dos estopins aconteceu quando a Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais), tida até então como modernizadora da arrecadação, gestão e distribuição de direitos devidos pela execução pública de músicas brasileiras, expulsou autoritariamente alguns de seus associados. O grupo, expulso por ter ousado exigir maior transparência na prestação de contas, incluía autores jovens como João Bosco, Aldir Blanc, Sueli Costa, Vitor Martins, Jards Macalé, Ruy Maurity e Guarabyra, entre outros.
O ato arbitrário precipitou a solidariedade aos rebeldes, materializada na fundação não de mais uma entre várias sociedades arrecadadoras, mas de um movimento político encabeçado pela nova MPB. A Sombrás nomeou como primeiro presidente ninguém menos que o maestro Antônio Carlos Jobim, secundado na diretoria por Hermínio Bello de Carvalho, Sérgio Ricardo, Aldir, Macalé e outros. Aos quadros da nova entidade se filiaram Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Erasmo Carlos, Gonzaguinha, Martinho da Vila, Egberto Gismonti, Paulo César Pinheiro e Vinicius de Moraes, só para citar alguns.
A militância convertida em entretenimento nos shows da Sombrás escondia uma cordilheira sob o palco. Os líderes do movimento assumiram a conduta ambivalente de seguir protestando contra o autoritarismo e os desmandos na gestão dos direitos autorais, mas ao mesmo tempo mergulhar as mãos no lodo, negociando diretamente com o governo de Ernesto Geisel, na figura de seu ministro da Educação e Cultura, Ney Braga. Entre os frutos colhidos sob liderança da Sombrás figuram a implementação do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), na tentativa de centralizar a cobrança até então pulverizada entre um sem-fim de associações, e a edificação do CNDA (Conselho Nacional de Direito Autoral), que seria desativado em 1989 pelo presidente Fernando Collor e até hoje não foi retomado.
A disposição de ir à luta exigiu especial equilibrismo dos autores para dialogar com um governo militar que, nos subterrâneos, continuava censurando suas letras mais indignadas e afrontosas. Aqui é que entram os shows da Sombrás, de cujas sombras emanava um estado de espírito melancólico, introspectivo, por vezes depressivo, mas também o fogo para enfrentar, pela linguagem da fresta, o estado de coisas orquestrado pelo regime autoritário. Não à toa, em Tesouros da MPB o alívio das tensões que carregam o ar só acontece na participação solar de Jackson do Pandeiro, curiosamente um egresso das gerações pré-bossa nova. No mais, o espírito do tempo de opressão grita em cada sutileza emitida como música quase silenciosa pelos artistas que se apresentavam solidária e gratuitamente em suporte à Sombrás.
O sempre combativo Sérgio Ricardo, por exemplo, pressiona o dedo na ferida em seu libelo sincero “Vou Renovar”, de 1973 (“o novo sempre vem”, concordaria o cearense Belchior pouco tempo depois): “Eu sou um cantador da classe média (…)/canto para a classe A/canto para a classe B/cantoria popular/que não é nem A nem B/cuja fonte está no povo/onde eu vou buscar o novo/e aprender meu beabá”. O arremate é uma bofetada vazada de ironia no regime opressor: “Não me diga que ela é C/ porque C é comunista/ e vai dar muito na vista/ e os ‘home’ vão te apanhar”.
Os Tesouros da MPB resgatados pelo Selo Sesc colecionam momentos dessa natureza, ao longo de uma saborosa seleção de músicas saídas do forno e de releituras de clássicos de nossa canção popular. O estado de espírito vigente na geração Sombrás grita quando a paraense Fafá de Belém canta “Negação” (“eu digo não!”), de Bosco e Blanc, então inédita e que só receberia uma gravação hoje esquecida, pela breve cantora Aline, em 1979. “Pois É, pra Quê?”, pergunta, desalentado, o carioca Sidney Miller, retomando um protesto que transformara em sucesso em 1968.
Maurício Tapajós materializa o “Pesadelo” (1972) que ronda a cultura (e o país) com versos anticensura hoje clássicos de Paulo César Pinheiro: “Você corta um verso, eu escrevo outro”. Cantando em dupla com Lucinha Lins, Maurício dá novo sentido a versos do sambista histórico Nelson Cavaquinho em “Rugas” (1946), como “morro cedo, amor” e “finjo-me alegre”. Mais explícita, a dupla apresenta “Dias Piores”, carta musicada de Hermínio para Maurício, que permanecia inédita até hoje: “Dias piores virão, meu amor/enxugue os olhos e jogue um sorriso bem falso no rosto/não fale agora nem abra a boca/que é para não se trair”.
Ivan Lins sublinha o clima pesado dos anos de chumbo em “Corpos” (1975), parceria com Vitor Martins: “Existem mais corpos/ou vivos ou mortos/entre eu e você”. Cria versões jazzísticas graves para dois sambas de protesto apresentados em 1964 por Zé Keti, “Acender as Velas” e “Opinião”: “podem me prender, podem me bater (…)/que eu não mudo de opinião”. Noutro registro, Ivan acena para uma esperança de futuro no final do túnel, em “Abre Alas” (1974): “Abre alas pra minha bandeira/já está chegando a hora”.
Cesar Costa Filho é outro que apela à negação, nas inéditas “Não Mudo” (“sou mudo por questões de tato/não mudo por razões de fato”) e “Velhos Gemidos”, e também espeta uma leve alfinetada na censura, na supostamente romântica “Tesoura Cega”, gravada por Beth Carvalho em 1974. Walter Queiroz, parceiro de Cesar nessa última, atira sua mensagem na garrafa em “Quadro Negro”: “Quem cala prepara/e um dia faz”. Sá & Guarabyra confessam o medo em “Justo Momento” (1974) e cobiçam o mistério e o segredo em “Mundo Invisível” (1975): “A verdade e o silêncio estão aqui/(…) mesmo aquilo que não se pode ouvir/se percebe de longe”.
Para além do otimismo do “Abre Alas” de Ivan Lins e da alegria anti-imperialista do “Chiclete com Banana” (1959) de Jackson do Pandeiro, outra nesga de esperança é oferecida por Sérgio Sampaio, numa versão especialmente dolorida de sua “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua” (1972), ainda hoje um hino da MPB e um grito por liberdade, libertação e autonomia. No balanço das horas, não era a alegria, mas o medo que movia os ativistas sublevados da Sombrás – mas não um medo paralisante. As letras e melodias dos medrosos elegiam enfrentar as sombras de peito aberto, contra tudo e contra todos." Pdro Alexandre Sanches (Texto de presentación de la edición)

Temas

CD 1
01
Canção do espantalho
Sérgio Ricardo
Sérgio Ricardo
02:21
02
Cacumbu
Sérgio Ricardo
Sérgio Ricardo
02:03
03
Bim bom
João Gilberto
Sérgio Ricardo
02:37
04
Calabouço
Sérgio Ricardo
Sérgio Ricardo
09:46
05
Vou renovar
Sérgio Ricardo
Sérgio Ricardo
03:51
06
Um a um
Edgar Ferreira
Jackson do Pandeiro
02:14
07
O canto da ema
Alventino Cavalcante - Ayres Vianna - João do Vale
Jackson do Pandeiro
03:07
08
Forró em Limoeiro
Edgar Ferreira
Jackson do Pandeiro
02:41
09
Sebastiana
Rosil Cavalcanti
Jackson do Pandeiro
04:09
10
Chiclete com banana
Waldeck Artur Macedo (Gordurinha) - Almira Castilho
Jackson do Pandeiro
02:55
11
Vou gargalhar
Edgar Ferreira
Jackson do Pandeiro
02:43
CD 2
01
Pesadelo
Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro
Maurício Tapajós
03:10
02
Rugas
Nelson Cavaquinho - Ary Monteiro - Augusto Garcez
Maurício Tapajós & Lucinha Lins
02:37
03
Samba pro João Gilberto
Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro
Maurício Tapajós & Lucinha Lins
03:33
04
Calçadas
Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro
Maurício Tapajós & Lucinha Lins
02:12
05
Dias piores
Maurício Tapajós - Hermínio Bello de Carvalho
Maurício Tapajós & Lucinha Lins
01:59
06
Tamba-tajá
Waldemar Henrique
Fafá de Belém
03:13
07
Negação
João Bosco - Aldir Blanc
Fafá de Belém
04:25
08
Pede passagem
Sidney Miller
Sidney Miller
02:24
09
Maria Joana
Sidney Miller
Sidney Miller
02:43
10
Pois é, pra quê?
Sidney Miller
Sidney Miller
04:55
11
Botequim nº 1
Sidney Miller
Sidney Miller
02:27
CD 3
01
Chega
Ivan Lins
Ivan Lins
06:06
02
Corpos
Ivan Lins - Vitor Martins
Ivan Lins
05:06
03
Nesse botequim / Águas de março
Ivan Lins / Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim)
Ivan Lins
03:27
04
Opinião
Zé Keti
Ivan Lins
03:52
05
Acender as velas
Zé Keti
Ivan Lins
04:25
06
Abre alas
Ivan Lins - Vitor Martins
Ivan Lins
04:19
07
Não mudo
César Costa Filho - Jesus Rocha
César Costa Filho
03:18
09
Até o fim
César Costa Filho - Jesus Rocha
César Costa Filho
01:58
10
Pois é / Laranja madura
Ataulfo Alves
César Costa Filho
02:36
11
Tesoura cega
César Costa Filho - Walter Queiroz
César Costa Filho
04:02
CD 4
01
Eu quero é botar meu bloco na rua
Sérgio Sampaio
Sérgio Sampaio
02:31
02
Velho bandido
Sérgio Sampaio
Sérgio Sampaio
02:56
03
O que será de nós?
Sérgio Sampaio
Sérgio Sampaio
03:34
04
Um, dois, três, vá
Walter Queiroz
Walter Queiroz
03:18
05
Pé de valsa
Walter Queiroz
Walter Queiroz
02:35
06
Quadro negro
Walter Queiroz - César Costa Filho
Walter Queiroz
02:36
07
Justo momento
Luiz Carlos Sá - Guarabyra
Sá & Guarabyra
02:24
08
2ª canção da estrada
Luiz Carlos Sá - Guarabyra
Sá & Guarabyra
02:05
09
Esses cabides vazios
Luiz Carlos Sá - Guarabyra
Sá & Guarabyra
02:57
10
Dança ô atrevido
Luiz Carlos Sá - Guarabyra
Sá & Guarabyra
03:41