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Um cara bacana na 19ª

Aldir Blanc
Libros: Narrativa breve

Disponible

28,91 € impuestos inc.

Ficha técnica Libros

Editorial Record
Estilo Narrativa breve
Año de Edición Original 1996
Observaciones cuentos/crónicas/poemas

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238 páginas (14 x 21 cm, ilustrado) (Peso: 257 g)

Un retrato diferente de la ciudad de Rio de Janeiro a través de los ojos de uno de sus hijos más originales y talentosos.
En verso y en prosa, mediante crónicas y letras de canciones, que de todo hay en los textos recogidos en este volumen, Aldir Blanc ofrece una visión caleidoscópica de la vida carioca, con especial énfasis en su lado más oscuro y aparentemente menos seductor.

"Vida como é no Rio:
Numa mesa do Acrópole, bar do início da Rua Barata Ribeiro onde os boêmios, no raiar dos anos 60 tomavam ao amanhecer uma sopa russa - ou grega - que em 100% dos casos prevenia a ressaca, o cronista Antônio Maria contou certa vez que escrevia as quatro laudas e tanto do JAM, Jornal de Antônio Maria, a coluna que então publicava num dos diários associados de Assis Chateaubriand, em menos de meia hora. É provável que Aldir Blanc não tenha - nem queira - esse pique.  Mas, tal como Maria, já trabalha sob a pressão (êpa!: quando se fala de Aldir o dialeto dos botequins aflora com  a maior naturalidade) das encomendas. Blanc, como o tratam com solenidade brincalhona os mais próximos, é colunista de dois jornais, um no Rio e outro em São Paulo, e para os dois escreve crônicas diferentes, nada de cópias xerográficas. E este Um Cara Bacana na 19ª foi concluído quase em simultaneidade com as memórias de Vila Isabel que Aldir lançou há pouco mais de um mês.
O livro reúne crônicas, poemas, contos e uma antologia de letras de canções. Em quatro formas de expressão, salta das páginas antes de mais nada o pulsar da cidade, o recalcitrante modo carioca de celebrar a vida, tantas vezes declarado morto e enterrado por um suposto cosmopolitismo compulsório. Do ponto de vista da criação literária, impressiona sobretudo a capacidade do autor de esculpir com uma só frase, uma bagatela de palavras, situações e personagens perfeitamente definidos. Está nesse caso, por exemplo, um tipo da letra de canção Negão nas parada (assim msmo, no singular), um certo Dunga, 'bandido joia e cana dura', o agente duplo destes tempos nos quais a separação proclamada por Lúcio Flávio Vilar Lírio, 'bandido é bandido e polícia é polícia', parece, essa sim, definitivamente enterrada.
Noutra letra de canção, agora um choro, Pianinho, Aldir registra uma advertência de Radamés Gnatalli contra a 'falta de medida' e promete acatar 'essa voz que me aconselha'. A jura evidentemente é fruto da admiração pelo grande maestro, pois Blanc às vezes, muitas vezes, afasta o equilíbrio e pisa fundo, com aquela crueldade santificada de Henfil, na indignação contra o comportamento escroque dos poderosos e, com o ardoroso despudor de um hipotético Carlos Zéfiro contista, na explicitação sem rodeios da anatomia dos amantes. Tudo, no entanto, sem perder o poder do estilo, a capacidade de transcrição da vida para a criação, a generosidade e a vocação do amor à cidade, flagrante até quando menciona os vira-latas de Catumbi. " Moacyr Andrade (Jornal do Brasil, 17.11.1996)