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Claudya - O que não me canso de lembrar

Daniel Saraiva & Ricardo Santhiago
Libros: Música

Disponible

17,90 € impuestos inc.

Ficha técnica Libros

Editorial A Música De
Estilo Música
Año de Edición Original 2020
Observaciones biografía

Más

128 páginas (14 x 17 cm, ilustrado en blanco y negro) (Peso: 160 g)

"O projeto A música de: História pública da música do Brasil oferece aos leitores a história oral de Claudya, uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Sua trajetória, da infância aos dias atuais, é narrada por minúcia aos pesquisadores e editores Daniel Saraiva e Ricardo Santhiago, e acrescida de depoimentos de colegas e amigos, por mais de 30 fotografias, por uma introdução crítica e pela discografia completa da artista. Claudya: O que não me canso de lembrar é um documento único e uma contribuição necessária à historiografia da música feita no Brasil.
Daniel Saraiva é historiador, mestre em História pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e doutor em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde desenvolveu pesquisa sobre a música nordestina nos anos 1970 e 1980.
Ricardo Santhiago é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Graduado em Comunicação Social (PUC-SP), mestre e doutor em História Social (USP), com pós-doutorado em História (UFF). É especializado em história oral, história pública e história da arte e da cultura brasileiras. Juntos, eles coordenam o projeto "A música de: História (pública) da música do Brasil", iniciado em 2019, que objetiva fomentar, produzir, reunir e divulgar depoimentos e estudos que aproximem história, memória e as mais diferentes vertentes da música feita no Brasil."

“Minha carreira foi assim: um corte aqui, um corte ali, um corte lá. Fui cortada de todas as formas e só sobrevivi por causa da minha teimosia. (...) Gosto de ser livre para cantar aquilo que tenho vontade. A música, para mim, é mais importante do que qualquer movimento”.
Exposta na página 72 do livro Claudya – O que não me canso de lembrar, título inaugural da série memorialista A música de – História pública da música do Brasil, essa visão de Claudya dá a pista e o tom da sucinta autobiografia dessa cantora e compositora nascida Maria das Graças Rallo em 10 de maio de 1948 no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde viveu até os nove anos, antes de ir morar com a família em Juiz de Fora (MG).
Neste livro-depoimento, escrito na primeira pessoa e formatado com pesquisa e edição de Daniel Saraiva e Ricardo Santhiago, Claudya inventaria glórias e lamentos. Para quem não liga o nome ao som, Claudya – que assinava Cláudia nos discos até meados da década de 1980 – é grande cantora revelada nos anos 1960.
Dona de voz extremamente afinada e valorizada pela sagaz musicalidade da artista, a artista viveu um primeiro momento de auge artístico de 1971 a 1973, período em que lançou três bons álbuns pela gravadora Odeon, com destaque para o terceiro Deixa eu dizer (1973), disco do qual Marcelo D2 sampleou a faixa-título na gravação da música Desabafo (2008), ação que fez Claudya ser descoberta por público jovem.
Contudo, o instante de maior consagração de Claudya aconteceu no teatro, como protagonista do musical Evita (1983). A intérprete – que já substituíra Nara Leão (1942 – 1989) há 16 anos no elenco da peça Liberdade, liberdade (1967), dividindo o palco com o ator Paulo Autran – foi escolhida para dar voz e corpo à líder política argentina Eva Perón (1919 – 1952).
O musical se tornou um dos maiores sucessos do teatro brasileiro dos anos 1980 sem que esse êxito tenha alavancado a carreira fonográfica de Claudya, desde então desenvolvida em selos de menor porte e alcance. A ponto de álbum gravado pela cantora em 1989 sequer ter sido lançado comercialmente.
“Considero que isso é uma espécie de boicote a artistas da minha categoria – e a minha carreira foi pontuada por esse tipo de boicote”, acusa a artista na página 86 do livro, em outro exemplo de que como o depoimento de Claudya oscila entre o orgulho dos feitos e a queixa dos boicotes que a teriam prejudicado.
De todo modo, Claudya de fato foi vítima em 1966 do veneno do jornalista, compositor e diretor de shows Ronaldo Bôscoli (1927 – 1994). Em dupla com Miele (1938 – 2015), Bôscoli assinou a direção do show Claudia – Não se aprende na escola (1966). Só que espalhou a fake news de que o show se chamaria Quem tem medo de Elis Regina? para alfinetar Elis Regina (1945 – 1982) e forjar rivalidade de Claudya – até então inexistente, de acordo com a artista– com a cantora gaúcha, então uma das maiores sensações da música brasileira.
Como Claudia lembra no livro, Elis teria se contaminado com o veneno de Bôscoli e a humilhado ao convidar a suposta rival para o programa de TV O fino da bossa, comandado por Elis. A rigor, o livro Claudya – O que não me canso de lembrar oferece a visão de apenas um lado da história.
Entremeado com depoimentos de vários nomes sobre a cantora e incrementado com a reprodução de fotos e da discografia completa da artista, de 1965 (ano do primeiro single) até 2019, o livro tem como função básica justamente perpetuar a memória de Claudya a respeito da própria trajetória. Uma carreira de altos e baixos, com mais baixos do que altos, como a artista reconhece ao fim desse inventário superficial que expõe os sentimentos de Claudya a respeito da música, do mundo e da vida." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 17.09.2020)