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Lindo sonho delirante vol. 3 - 100 discos corajosos do Brasil (1986-2000)

Bento Araujo
Libros: Música

Disponible

43,90 € impuestos inc.

Ficha técnica Libros

Editorial Independiente
Estilo Música
Año de Edición Original 2021

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230 páginas (21 x 20 cm, ilustrado en color) (Peso: 557 g)

"Há 30 anos, o músico e compositor paulista Edson Natale ganhou da mãe valioso anel – que havia sido da avó do artista – para que fosse penhorado e ajudasse a custear a gravação do álbum que, editado em 1990, se chamaria Nina Maika.
Natale jamais conseguiu resgatar o anel do penhor, mas a música brasileira ganhou joia preciosa, como o jornalista e pesquisador musical Bento Araújo se refere ao disco de Natale na página 128 do livro Lindo Sonho Delirante vol. 3 – 100 discos corajosos do Brasil (1986 – 2000), editado em novembro de 2020.
No terceiro volume da série iniciada em 2016 com livro sobre álbuns psicodélicos do período 1968 – 1975, Araújo historia 100 títulos da produção fonográfica brasileira, partindo de 1986, já que o segundo volume enfocou em 2018 álbuns “audaciosos” da fase 1976 – 1985.
Em maioria, o autor discorre sobre álbuns editados de forma independente numa época pré-streaming em que ser independente no mercado da música significava ter coragem para gravar, editar e distribuir um disco que, muitas vezes, chegava a um número ínfimo de ouvintes por contrariar o padrão pop popular e pela dificuldade de acesso ao público consumidor.
Ainda assim, esses discos atravessaram gerações e alguns passaram a ser cultuados no mercado europeu pelo arrojo do som.
Com o mesmo luxuoso padrão gráfico dos dois volumes anteriores, o livro Lindo Sonho Delirante vol. 3 – 100 discos corajosos do Brasil (1986 – 2000) está disponível em edição bilíngue, impressa em papel couché, com reprodução colorida, em página inteira, de cada uma das 100 capas dos discos “corajosos”.
Entrevistas inéditas feitas pelo autor com muitos dos artistas enfocados ajudam a contextualizar os álbuns no universo pop brasileiro. Quando não dá voz ao autor, Bento Araújo analisa de forma opinativa o disco em questão.
Curiosamente, a distribuição dos 100 discos pelos 15 anos enfocados no livro passou longe da equanimidade. Nada menos do que 51 títulos foram editados nos quatro primeiros anos – 1986, 1987, 1988 e 1989 – do período enfocado pelo livro. E, desses 51, muitos viraram relíquias disputadas em sebos.
Por esse recorte, o livro adquire valor documental adicional por existir poucas referências na mídia impressa sobre álbuns como Centauros e canudos (1986, do artista cearense Pingo), Musikanervosa (1987, da banda paulistana Kafka), Kiuá (1988, da cantora baiana Andréa Daltro) e Luz do ar (1989, do compositor, músico e maestro carioca Flávio Fonseca), para citar quatro entre muitos outros possíveis exemplos.
Na seleção dos anos 1990, há discos bem mais conhecidos como como o celebrado Olho de peixe (1993, de Lenine e Marcos Suzano) e como os primeiros álbuns dos pernambucanos Chico Science & Nação Zumbi (Da lama ao caos, 1994), Mundo Livre S/A (Samba esquema noise, também de 1994) e Otto (Samba pra burro, de 1998).
São discos de fato corajosos por terem aberto caminhos na música brasileira, tal como fez em 1994 o primeiro e único álbum da banda Mulheres Q Dizem Sim, plataforma de lançamento do baterista Domenico Lancellotti e do guitarrista Pedro Sá, músicos cariocas que – agrupados em turma que incluiria no futuro o baixista e produtor musical Alexandre Kassin – dariam o tom de parte da música pop brasileira do século XXI.
Enfim, pelo charme da edição e pela precisão dos 100 textos (antecedidos por breve ensaio introdutório em que Bento Araújo contextualiza a música e o Brasil no período enfocado), o livro Lindo Sonho Delirante vol. 3 – 100 discos corajosos do Brasil (1986 – 2000) captura e prende a atenção de leitores interessados na produção fonográfica que desafia o padrão vigente.
Nesse sentido, todos os 100 discos foram feitos com a coragem alardeada no subtítulo do terceiro volume dessa sedutora série. E, entre esses discos, há joias de fato preciosas que merecem ser tiradas do baú." Mauro Ferreira (g1.globo.com.br, 04.03.2021)