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Nara Leão - Nara 1964 (Coleção O Livro do Disco)

Hugo Sukman
Libros: Música

Disponible

25,90 € impuestos inc.

Ficha técnica Libros

Editorial Cobogó
Estilo Música
Año de Edición Original 2022

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224 páginas (13 x 19 cm) (Peso: 217 g)

"A narrativa estruturada com apuro pelo jornalista e escritor Hugo Sukman na abordagem do primeiro álbum de Nara Leão (19 de janeiro de 1942 – 7 de junho de 1989) – assunto do mais recente título da coleção O livro do disco – redime a obviedade da escolha do álbum analisado.
De 1964 a 1989, a cantora construiu discografia antenada que abarca vários títulos ainda pouco ou nada explorados na bibliografia musical brasileira – casos de Nara pede passagem (1966), Vento de maio (1967), Coisas do mundo (1969), Os meus amigos são um barato (1977 – pioneiro disco de duetos que antecipou tendência fonográfica das décadas seguintes), Romance popular (1981) e Meu samba encabulado (1983), para citar somente seis dos 24 álbuns oficiais da artista de origem capixaba e criação carioca.
Nara, o emblemático álbum lançado pela cantora em 1964, tem importância tão fundamental que já teve a gênese exposta e debatida em livros sobre a evolução da Bossa Nova, nas três biografias da cantora – Nara Leão – Uma biografia (Sergio Cabral, 2001), Nara Leão – A musa dos trópicos (Cássio Cavalcante, 2014) e Ninguém pode com Nara Leão – Uma biografia (Tom Cardoso, 2001) – e no livro acadêmico Nara Leão – Trajetória, engajamento e movimentos musicais (Daniel Lopes Saraiva, 2018).
Com texto escrito com estilo, sem prejuízo da fluência e do teor de informação Hugo Sukman reconta a história do álbum Nara a partir de nota publicada no Jornal do Brasil em 21 de fevereiro de 1964 sobre a inauguração do bar ZiCartola e a edição iminente do primeiro disco da cantora.
É a partir dessa nota que Sukman destrincha o contexto social, político e musical que agregou valor ao disco em que Nara, rejeitando o rótulo involuntário de “Musa da Bossa Nova”, ignora o repertório da linha sal, céu, sol, sul do movimento revolucionário de 1958 para dar voz – pequena, mas de grande alcance no universo da música brasileira – a compositores da ala mais engajada da Bossa (turma capitaneada por Carlos Lyra) e a compositores situados geograficamente e ideologicamente como “do morro”.
Nara, o álbum lançado em 27 de fevereiro de 1964, vislumbrou a MPB que ganharia forma mais nítida a partir de 1965, ano da explosão do gênero universitário na plataforma inflamada dos festivais, sem promover ruptura radical com a Bossa Nova na arquitetura instrumental, construída com arranjos do maestro Lindolpho Gaya (1921 – 1987) e, na última das 12 músicas, Moacir Santos (1926 – 2006).
Editado em fevereiro com capa que remete à estética e as cores das artes minimalistas dos discos da Elenco, gravadora que lançou o primeiro álbum de Nara, o livro de Hugo Sukman acerta ao discorrer sobre o disco sem tirar o foco do contexto político do Brasil.
Até porque, com a consolidação do golpe militar em 31 de março de 1964, a letra da Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1962) passou a soar premonitória na abertura do disco em que, ao dar voz a Lyra, Nara Leoa se engajou na luta dos compositores perseguidos pela ditadura por terem erguido o Centro Popular de Cultura (CPC), logo diluído pela máquina da repressão.
Tudo isso está n'O livro do disco sobre o álbum Nara entre contextualizações das vidas e obras de Cartola (1908 – 1980), Nelson Cavaquinho (1911 – 1986) e Zé Kétti (1921 – 1999) na época, e mesmo antes, em que esses compositores dos subúrbios cariocas ganharam a voz de Nara Leão, cantora vinda de meio social abastado.
Enfim, toda essa história já foi contada e recontada, mas, com conhecimento de causa, Sukman esquadrinha o tema ao longo de 224 páginas bem escritas, em narrativa que, no todo, forma aprofundado faixa-a-faixa sobre cada uma das 12 músicas de disco de fato antológico que apontou a ideologia que nortearia a trajetória de Nara Leão." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 06.04.2022)

"Hugo Sukman é jornalista, escritor, crítico de música carioca e curador da nova sede do MIS RJ, Museu da Imagem e do Som, em construção na Av. Atlântica, em Copacabana. Com experiência de 30 anos em redações brasileiras, trabalhou como repórter, crítico de cinema e música e editor de Cultura no Jornal do Brasil, e depois em O Globo, para o qual foi correspondente em Paris, entre 2000 e 2003. Escreveu, em parceria com o ator e dramaturgo Marcos França, a peça biográfica sobre Nara Leão, A menina disse coisas (2018). É autor dos livros Martinho da Vila – Discobiografia, Histórias paralelas – 50 anos de música brasileira e Heranças do samba – este em parceria com Aldir Blanc e Luiz Fernando Vianna (todos pela Casa da Palavra), Cancioneiro Moacir Santos (Jobim Music), A música de Djavan (Luanda Music), entre outros."