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A vida é doce

Lobão
Discos: Rock / MPB

Disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Mid Produções
Estilo Rock / MPB
Año de Edición Original 1999

Más

Lobão (voz, guitarras, sintetizadores, percusión electrónica, programaciones)

Sacha Amback (teclados, sintetizadores, programaciones), Humberto Barros (piano, piano eléctrico, órgano, acordeón, marimba, sintetizadores, coros), Dé (bajo), Jongui (batería, percusión, guitarra acústica, programaciones de batería, samplers).

Participación especial de: Zeca Baleiro (voz).

Edición original numerada lanzada de forma independiente por el artista, con el CD (que incluye un corte multimedia) encartado en un libreto con forma de revista con el título de "Manifesto", con 8 páginas (28 x 28 cm, ilustrado en color). Peso: 226 g

Polémico décimo álbum del polémico cantante, instrumentista, compositor y escritor Lobão (João Luís Woerdenbag Filho) (Rio de Janeiro, RJ, 1957), exmiembro de grupos como Vímana y Blitz.  Es un muy buen disco en lo musical y es un disco muy especial en su discografía.
Fue la confirmación con hechos de su rebeldía con el sistema establecido, rompiendo esquemas en la edición y en la divulgación, ambas realizadas de forma independiente, al margen de discográficas y radios convencionales: fue distribuido exclusivamente en kioskos de prensa y promocionado en internet y en radios comunitarias.
En lo personal, supuso la superación de una grave crisis que le llevo a estar 15 dias en coma por una inadecuada mezcla de aoohol y barbitúricos.
Así lo describe él mismo en una entrevista concedida al periodista Pedro Alexandre Sanches publicada en la Folha de São Paulo: "Esse disco tem uma violência delicada. É sardônico, diz verdades duras. Não estou pegando leve. Para dizer a verdade, ele existia até março de uma maneira. Depois eu tive uma crise, entrei em coma. Fiquei 15 dias, aí acordei. Veio a psicóloga dizendo: "Você é alcoólatra, dependente". Falei que não era, não. Prometi que ia ficar um ano sem beber. E me dei uma semana crítica para fazer uma música sóbrio, para mostrar que não era dependente psicológico. Tinha certeza que não era dependente físico, que se não fiquei dependente de heroína não ia ficar de álcool.
Sentei, "tenho que fazer uma música para me livrar desta". Fiz uma muito ridícula, coisa de estandarte de não sei o quê. Odiei, rasguei, não valeu. Peguei guitarra, bateria, fiquei absorto, esqueci a responsabilidade de fazer a música. Ficou pronta a que seria "A Vida É Doce". Fui à psicóloga e falei: "Ha ha, não serei mais alcoólatra, fiz uma puta música!". Fiquei todo emocionado. Aí ela pediu exame de Aids, falei: "Vou morrer de Aids, sei que vou morrer". No dia que ia receber o resultado fiz mais uma música. Deu negativo! Fiquei mais feliz ainda! Zeca Baleiro foi lá em casa, fiz "Mais Uma Vez". Aí fiz um tango, "Pra Onde Você Vai", aí "Tão Menina", várias músicas que acabaram virando um disco. Tinha insônias constantes, ansiedade, mas foi um disco sóbrio. Eu estava com muito medo, com pavor desse disco."
El disco vendió más de 100 mil unidades.

"Mundo e submundo estão cara a cara em "A Vida É Doce", o primeiro disco independente de Lobão, que há muito uivava e uivava contra o sistema, sem nunca encontrar alternativa real a ele.
Terá, para o artista e para a falida família musical brasileira, infinito significado político. Seja ou não bem-sucedido, expressa desde já uma vitória inédita, o sopro de um novo tempo.
Se antes ele exalava espírito underground sem se desatrelar das gravadoras nem do espaço que sua fama e sua verborragia lhe proporcionavam, agora tudo se inverte. Pela primeira vez outsider de fato, usa as benesses de parte do mesmo sistema para impingir sua pequena guerrilha.
Isso há muito acontecia, e os próximos movimentos devem ser observados com atenção. Lobão mais MP3 podem ser o azeite que vai descarrilhar o trenzão -ou não. Mas nada disso é música.
"A Vida É Doce" é música, e aí a guerrilha é pessoal. Lobão não consegue se perder de ser renitente, repetitivo. Seu décimo álbum é todo centrado num agrupamento já bem conhecido de temas -barras pesadas, desterro, morte, otimismo, amor-, e Lobão evolui não evoluindo.
O amanhecer se anuncia após a "Noite", mas ainda não chega ("não vai mais amanhecer", proclama a pesadíssima "Tão Menina"). O sujeito teimoso percebe o dia, mas ainda de costas.
O conjunto, embora tematicamente obsessivo -no mesmo sentido vai a busca por contemporaneidade, agora via o trip hop de "Universo Paralelo"-, é corpulento, e isso nada tem a ver com guerrilha cultural ou comas alcoólicos (afinal constantes em sua história e insuficientes para decidir um disco, um momento).
A pressão que Lobão diz sentir é de fato sua mola, repercute em música, no uso sofisticado, embora artesanal -outra vitória- de conceitos em embate, como contemporaneidade e espírito retrô, MPB e música importada.
O principal ganho? É que de todo esse turbilhão resulta, pela primeira vez, num disco plácido, em que violência não remete à agressividade, à revolta, a impulsos adolescentes. O hino, aí, é "Pra Onde Você Vai", encontro definitivo de Lobão com a delicadeza.
É assim também, em escala menor, "Uma Delicada Forma de Calor", briga íntima do artista com seu maior sucesso, "Me Chama" (84). O que era "chove lá fora e aqui faz tanto frio" se transforma em "agora, num dia em que eu choro, eu tô chovendo muito mais que lá fora" -mansa tormenta, que atravessa também "Mais Uma Vez", "Ipanema no Ar", "Tão Perto Tão Longe"...
É em momentos assim -intercalados com a tensão constante e rechonchuda de temas como "El Desdichado 2", "Tão Menina" e "A Vida É Doce"- que Lobão coteja um paralelo com um possível ídolo, Lou Reed, sem querer ou querendo presença cíclica no CD.
Fosse assim, "A Vida É Doce" seria Lobão buscando seu "velvet underground", seu submundo de veludo, plantado nas barbas do sistema -e povoado, ele não está mentindo, por Maysas e Dolores, espíritos de um (sub)mundo muito morto e muito vivo.
Constitui obra conturbada, de um homem com uma proposta. A guerrilha social e a pessoal se justapõem, há muito ainda por acontecer. Seus contemporâneos vão de "Que País É Este" e "Aluga-se", mas Lobão parece bem mais jovem." Pedro Alexandre Sanches (Folha de São Paulo, 03.11.1999)

Temas

CD 1
01
El desdichado II
Lobão
02
Universo paralelo
Lobão
03
Pra onde você vai
Lobão
04
Tão menina
Lobão
05
A vida é doce
Lobão
06
Uma delicada forma de calor
Lobão
Lobão & Zeca Baleiro
07
Tão perto, tão longe
Lobão
08
Ipanema no ar
Lobão
09
Vou te levar
Lobão - Bernardo Vilhena
10
Mais uma vez
Lobão
11
Amanhecendo na Lagoa
Lobão