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Nem lágrima nem dor

Eliana Pittman
Discos: Samba / MPB

Disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Nova Estação
Estilo Samba / MPB
Año de Edición Original 2025

Más

Eliana Pittman (voz)

Thiago França (saxos, flauta, arreglos de vientos), Rodrigo Campos (guitarras, cavaquinho, teclados,bajo sint., percusión, coros, programaciones,  arreglos, producción), Marcelo Cabral (bajo eléctrico),

"O álbum em que Eliana Pittman canta o repertório do compositor Jorge Aragão, Nem lágrima nem dor, eleva a cantora carioca e a repõe em alto patamar na música brasileira. A rigor, o disco já nasceu histórico por representar a convergência de três grandes afluentes do caudaloso rio do samba.
Revelada nos anos 1960, a cantora nasceu no universo do jazz, berço da formação musical do saxofonista norte-americano Booker Pittman (1909 – 1969), pai de Eliana.
O compositor – revelado em 1976 no canto gingado de Elza Soares (1930 – 2022) – se tornou um dos maiores bambas da geração projetada em 1980 pelo grupo Fundo de Quintal com a criação de cancioneiro de alto teor melódico, embebido em lirismo, a ponto de o carioca Jorge Aragão ganhar o epíteto de O poeta do samba.
Já o produtor musical, Rodrigo Campos, abriu outras alas no samba, em São Paulo (SP), ao renovar o gênero em álbuns aclamados como São Mateus não é um lugar tão longe assim (2009) e 9 sambas (2018).
Reunidos no disco bancado heroicamente pelo produtor executivo Thiago Marques Luiz, Eliana Pittman, Jorge Aragão – autor de seis músicas do repertório e intérprete associado às outras três composições do álbum – e Rodrigo Campos fazem de Nem lágrima nem dor um lançamento instantaneamente antológico não somente pelo encontro em si, mas pela ousadia do disco.
Como se fosse a borboleta evocada pelas fotos promocionais de Samuca Kim, Eliana Pittman abre as asas e alça alto voo neste disco valorizado pelo canto em forma da artista – e basta ouvir a intepretação de Novo endereço (Jorge Aragão e Sombrinha, 1987) para perceber a precisão da emissão vocal da cantora – e pelos arrojados arranjos do produtor musical Rodrigo Campos.
Lançado por Alcione, Novo endereço é (belo) samba que traz na letra o verso utilizado como título do álbum Nem lágrima nem dor – disco, aliás, em que as letras são ouvidas com clareza.
Feita no acertado passo torto seguido pela geração paulistana do samba do século XXI, a fricção das cordas e do arsenal percussivo e parcialmente eletrônico de Rodrigo Campos (violão, guitarras, teclados, synth bass, percussões, programações, cavaquinho e coro) com os sopros tocados e orquestrados por Thiago França (flautas e saxofones alto, tenor, barítono e soprano) renova o repertório de Jorge Aragão neste álbum que também traz o toque elétrico do baixo de Marcelo Cabral.
A presença de Thiago França se mostra fundamental para o êxito do disco desde a primeira faixa, Lucidez (Jorge Aragão e Cleber Augusto, 1991), samba lançado pelo grupo Fundo de Quintal. Há um frescor nos arranjos que se estende ao canto de Eliana Pittman e afasta o álbum Nem lágrima nem dor da trivialidade de grande parte dos songbooks dedicados a um compositor.
Harmonizada com os sopros de Thiago França, a levada do violão de Rodrigo Campos conduz Eu e você sempre (Jorge Aragão e Flávio Cardoso, 2000) – sucesso do grupo Exaltasamba – para além das rodas de samba.
O caminho é certeiro porque o samba composto e/ou cantado por Jorge Aragão carrega uma tristeza que balança. Uma melancolia romântica, onírica como o sonho poetizado nos versos de Loucuras de uma paixão (Alcino Correia – o Ratinho – e Mauro Diniz, 1996), samba que, embora lançado pelo Grupo Sereno, ficou associado ao canto grave de Aragão desde que o artista o gravou no álbum Sambista a bordo (1997).
Essa melancolia banha Tendência (Ivone Lara e Jorge Aragão, 1981) com a delicadeza refinada que pauta o disco de Eliana Pittman. A leveza suaviza a dor de Minta meu sonho (Jorge Aragão, 1989), samba gravado com dose precisa de eletrônica, sem cair em terreno modernoso.
A modernidade contemporânea do disco salta aos ouvidos sobretudo no tons de Além da razão (Sombra, Sombrinha e Luiz Carlos da Vila, 1988), samba cuja letra poética é evidenciada no canto de Eliana Pittman em gravação sublime, de arranjo econômico, calcado na interação de guitarra com synth bass.
Samba-título de álbum lançado pelo grupo Fundo de Quintal em 1987, Do fundo do nosso quintal (Jorge Aragão e Alberto Souza, 1987) dissipa qualquer traço de melancolia e celebra a comunhão popular das rodas de samba com calor e com o canto de Rodrigo Campos no coro.
No fecho do álbum, lançado em edição digital pela gravadora Nova Estação e em CD pela Companhia de Discos do Brasil, Papel de pão (Cristiano Fagundes, 1990) embrulha com invólucro eletrônico a letra dolente cantada por Eliana Pittman com densidade que confirma a elevação do canto da artista em Nem lágrima nem dor, grande álbum que festeja os 80 anos da cantora com excelência que credencia o disco a figurar em futuras antologias da música brasileira pela habilidade de reapresentar o samba de Jorge Aragão com mix de respeito à obra do compositor com o frescor do som do século XXI.
Seis anos após o último disco solo, Ontem, hoje e sempre (2019), Eliana Pittman abre as asas, solta a voz na medida certa e apresenta álbum que atravessará as barreiras do tempo como atestado perene das grandezas da cantora, da obra de Jorge Aragão e da produção musical de Rodrigo Campos." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 24.03.2025)

Temas

CD 1
01
Lucidez
Jorge Aragão - Cléber Augusto
05:06
02
Eu e você sempre
Jorge Aragão - Flávio Cardoso
03:53
03
Novo endereço
Jorge Aragão - Sombrinha
02:27
04
Loucuras de uma paixao
Mauro Diniz - Alcino Correia (Ratinho)
03:45
05
Tendência
Jorge Aragão - Ivone Lara
04:07
06
Minta meu sonho
Jorge Aragão
03:41
07
Além da razão
Sombra - Sombrinha - Luiz Carlos da Vila
04:52
08
Do fundo do nosso quintal
Jorge Aragão - Alberto Souza
03:26
09
Papel de pão
Cristiano Fagundes
04:11